segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Crónica de Páscoa (1985)


Também inevitável é encontrar nas paginas de uma revista auto-promoção, neste caso a uma edição especial de Páscoa, intitulada obviamente "Crónica de Páscoa". Por 200$ era possivel comprar nas bancas a "revista que faz falta em sua casa", com "68 páginas a cor e preto e branco" e "assuntos do mais variado interesse", incluindo "a ementa ideal para o nosso Domingo de Páscoa", além de modas, reportagens, testes, jardinagem, beleza e a possibilidade de ganhar prémios bem catitas: "1 andar no valor de 3500 contos" ou um automóvel. Belos tempos em que um passatempo de uma revista oferecia apartamentos! Hoje nem oferecem que chegue para comprar a porta de um apartamento!





Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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domingo, 30 de dezembro de 2012

Porta-chaves Tartarugas Ninja (1991)


Os sites de venda on-line são um terreno fértil para encontrar produtos que estavam escondidos em cantos recônditos da nossa memória. Um desses exemplos foi este porta-chaves das Tartarugas Ninja, inicio da década de 90, no auge do sucesso dos heróis verdes que moram no esgoto ["Teenage Mutant Ninja (Hero) Turtles", também conhecidos entre nós por "Tarta-Heróis"]. Sei que tive alguns desta colecção, mas não me recordo quantos ou quais eram.
Actualização: Entretanto consegui adquirir o quarteto verde e fotografá-los juntos:
No topo: Michelangelo e Leonardo.
Em baixo: Donnatello e Raphael.


Este porta-chaves é do Michelangelo, a tartaruga mais brincalhona do quarteto:

Está marcado: 1991 Mirage Studios. O porta chaves apresentava o desenho numa superfície plástica sobre um "corpo" de espuma/borracha mais flexível.

Encontrei outro exemplar no blog "O Brinquedo Antigo", com a tartaruga "Raphael":

Foto: O Brinquedo Antigo


Foi muito agradável relembrar estas "figuras", mais alguém teve destes? Não me lembro se eram brindes ou vendidos em separado.

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Trimmer (1985)

Era inevitável que aparecesse nas páginas de uma revista feminina: a solução para quem quer emagrecer sem dietas, como por magia: uma cinta. O anúncio acima louva as maravilhas da cinta "Trimmer". "Sinta desaparecer o estômago, estreitar a cintura. (...) Como se de repente tivesse recuperado seu corpo de jovem." "Porque Trimmer não acachapa. Apenas contorna (...)". Acho que foi a primeira vez que li a palavra "acachapa".


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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sábado, 29 de dezembro de 2012

Hermanias Fim de Ano (1991/92)

por Paulo Neto

A passagem de ano de 1991 a 1992 foi feita ao som de risos, com Herman José a garantir um divertido serão de réveillon na RTP. Depois do especial "Crime na Pensão Estrelinha" do ano anterior, desta vez optou-se um programa com vários sketches, alguns parodiando acontecimentos do ano de 1991, outros dramatizando simples anedotas e anúncios publicitários, passando por algumas paródias a figuras históricas e da actualidade. A ideia inicial era recuperar o universo de "O Tal Canal", mas acabou por se optar por uma estrutura menos conceptual, um pouco ao estilo do "Hermanias", daí que tenha sido este o título da emissão: "Hermanias Especial Fim de Ano"





Acompanhando Herman estavam alguns colaboradores de outros programas como Ana Bola, Vítor de Sousa, Lídia Franco, José Pedro Gomes, Maria Vieira, Miguel Guilherme, São José Lapa, Rita Blanco, Filipe Ferrer e Rosa Lobato Faria, para além de algumas participações especiais de nomes como Nicolau Breyner, Teresa Guilherme, Carlos Cruz, Ana Maria Lucas, Valentina Torres, Carlos Ribeiro e até a própria mãe do Herman.

Aliás, um dos sketches que ficaram na minha memória, foi esta paródia aos shampoos 2 em 1, com Teresa Guilherme anunciando o produto 5 em 1, "Bardajix 5"!


Mas o sketch que ficou para a história é aquele que ficou conhecido como "Eu é mais bolos", um bordão que rapidamente circulou nas bocas do povo. Nele, Lídia Franco faz de uma entrevistadora a pessoas come estranhas profissões e Herman de José Severino, o pasteleiro que era o convidado certo na semana errada. O humor vem da confusão que se instala entre a entrevistadora, que tendo as perguntas para outro convidado, vê-se desnorteada e o entrevistado, que incapaz de responder às perguntas preparadas porque não se destinavam a ele, vai falando do seu ofício de pasteleiro, repetindo amiúde "Eu é mais bolos!






Outro sketch marcante foi o da entrevista ao humilde e rústico poeta Carlos Carrapiço. Herman é o poeta, Vítor de Sousa o erudito entrevistador e Rosa Lobato Faria a declamadora que diz o célebre verso: "Fui ver, era um ovário!"



No ano da controvérsia sobre a exibição na RTP 2 do filme "O Império dos Sentidos", não podia faltar uma paródia à obra de Nagisa Oshima, com Herman a seduzir São José Lapa e Rosa Lobato Faria. Nem sequer faltou a menção à expressão "farfalota pimpinela", na altura referida amiúde na "Roda da Sorte".



Ao longo do programa, houve vários sketches com a personagem Ivete Marise, a "esteticienne" que ilustrou um dos sketches de "Crime Na Pensão Estrelinha", que virou conselheira sentimental.





Outra personagem recorrente é a do célebre Tony Silva, que versiona canções conhecidas falando em temas que marcaram o ano de 1991, como uma versão de "Não Há Estrelas No Céu" sobre o colapso da União Soviética ou uma de "Borbujas de Amor" sobre a poluição no Tejo. 





Colapso esse que também foi alvo de um mítico sketch, "O Busto".





O programa foi reexibido umas semanas depois em duas partes. Em 2008, foi editado em DVD há uns anos, primeiro numa edição com a revista "Time Out" e depois em venda isolada (eu comprei a minha cópia na FNAC).

Este é o meu último texto para a Enciclopédia em 2012. A todos os leitores do blog, um feliz 2013. (Ou pelo menos não tão mau como parece que vai ser…)

ACTUALIZAÇÃO (2016): O excelente site Brinca Brincando dedicou recentemente um artigo sobre o programa, ilustrado com imagens de outros momentos do programa. 

A decapitação de Maria Antonieta 
(dobrada por Celeste Royal, a personagem de Ana Bola em "Casino Royal")


Entrevista ao jovem delinquente Zé Chunga
(que já tinha aparecido num dos sketches de "Crime na Pensão Estrelinha")



O pai da Mona Lisa suborna a criada de Leonardo Da Vinci para que este pinte o retrato da filha.



Pika (não confundir com Kika, a cantora que na altura aspirava a ser a Xuxa portuguesa) anuncia o seu show de strip-tease no Badalhocas Bar.



A cantora brasileira Joaquina chega a Portugal para um concerto no Pavilhão Tomás Taveira




Joaquim Letria entrevista o recém-deposto General Pinochet


Valentina Torres apresenta uma actuação da fadista castiça russa Lídia Ivanova, acompanhada à viola por Sergei Andropov e à balalaica por Vladimir Solietsin. No seu fado, Ivanova queixa-se do elevado custo de vida na Rússia após a queda do comunismo.




Um sketch com os inesquecíveis Nelito e Dona Palmira



Paródia a um famoso anúncio de preservativos com Ana Maria Lucas e Carlos Cruz


Entrevista ao realizador chinês Tu Fang Uan, por intermédio das intérpretes Lisete Capelo (que traduz de português para francês) e Shiroku de Montparnasse (que traduz de francês para chinês). 
Por causa destas intérpretes traduzirem mais do que era suposto, gera-se uma acesa discussão entre o realizador e o entrevistador.





Entrevista a uma portuguesa que fugiu do Zaire (actual República Democrático Congo, onde conflitos armados em 1991 levaram à fuga de alguns portugueses imigrados nesses país) e trazendo umas quantas garrafas de álcool em contrabando.


Ó mulher, quem te disse a ti, que a flor do monte era o alecrim? Uhhhhh!


O programa completo (lista com sete vídeos)




Curso de Puericultura CETOP (1985)

Mais um curso de ensino à distância, desta vez da empresa CETOP: "Curso de Puericultura". Haverá melhor modo de aprender a cuidar de crianças pequenas, do que à distância?


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Curso de Corte e Confecção CCC (1985)

Para exemplificar que os cursos à distância não eram exclusivamente de línguas, mecânica ou electrónica temos hoje este anúncio ao Curso de Corte e Confecção CCC, "simples, prático e acessível a qualquer pessoa" que quiser "trabalhar por conta própria, para poupar dinheiro fazendo as suas próprias roupas e as dos seus filhos". 
Algum dos nossos leitores ou leitoras tirou este curso?


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Zora (1985)

Já não tínhamos há alguns dias anúncios a bruxos e afins. Portanto a pedido de muitas famílias, hoje temos "Zora": "Médium - Africana" que alegadamente resolvia "problemas de amor, saúde, trabalho, exames, processos judiciais, negócios, doenças espirituais, invejas e neutralização de adversários." Para quem não pudesse ir ao consultório, havia a possibilidade de tratar do assunto "também por correspondência"!


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Maiúscula (1985)

Mais um reclame bem simples, dirigido aos emigrantes, da empresa "Maiuscula" a anunciar todo o tipo de mobiliário e acessórios para a casa.


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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domingo, 23 de dezembro de 2012

Pasta Medicinal Couto e Restaurador Olex (1985)


Dois produtos incontornáveis em reportagens ou compilações de anúncios clássicos da TV: a Pasta Medicinal Couto e Restaurador Olex, da Couto, Lda, aqui num reclame duplo minimalista.


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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sábado, 22 de dezembro de 2012

Publicidade de Natal na RTP (1987)


por Paulo Neto

De entre os vídeos de blocos publicitários dos anos 80 e 90 do canal do YouTube, Lusitania TV, existe um bloco emitido pela RTP por alturas do Natal de 1987. Vinte e cinco anos depois, que tal recordar esses anúncios? De quantos é que se lembram?





0:00 Um dos nomes incontornáveis da publicidade dos anos 80, o televisor Sony Black Trinitron, que de tanto aparecer na televisão, fazia-me parecer o Rolls Royce dos televisores. E claro está, no final lá vinha a famosa voz masculina a dizer "It's a Sony!". A marca japonesa era tão credenciada nos anos 80 e 90, que por exemplo, quando pude comprar o meu primeiro walkman, só havia uma marca possível a considerar.
0:30 Uma das diversas marcas que elevavam a fasquia da virilidade e elegância masculina. As camisas Victor Emanuel! (não, não é o actor de "Os melhores anos" e que fazia a voz do burro Pavarotti na "Quinta das Celebridades").
0:39 Um dos clássicos presentes de Natal para as mães: o mini-aspirador portátil Black & Decker. Este anúncio não é o que contem o famoso jingle "Não tem fio e não tem pilhas", relatando em vez disso o afã de uma dona de casa a limpar a sala antes da iminente visita da sogra.  
0:55 Célebres marcas nacionais que (julgo eu) já foram à vida #1: os pneus Mabor!
1:15 Carlos Cruz profere os votos de Festas Felizes do arroz Caçarola (que anos mais tarde, iria aparecer proeminente na primeira encarnação do concurso "O Preço Certo", apresentado por Cruz).
1:24 Além do esfregão Bravo tradicional, os encarregados de lavar a loiça do almoço de Natal tinha um novo: o esfregão Bravo  Inoxidável. E como miúdo tótó que se deixava levar por tudo que via na TV como eu era, lembro-me de chegar a pedir à minha mãe para comprar este esfregão só para saber se era mesmo tão fofinho como a actriz do anúncio declarava que era. (Pelo que me lembro, nem por isso.)
1:44 Uma das minhas prendas do Natal desse ano: o álbum "Muita Lôco" dos Ministars, oferecido por uns tios. Os arqui-rivais dos Onda Choc tinham surgido no início desse ano com o primeiro álbum homónimo (que tinha recebido nos meus anos em plena convalescença de papeira) e agora voltavam a ser campeões de vendas no Natal, versionado temas como "Contentores" dos Xutos & Pontapés, "I Wanna dance With Somebody" de Whitney Houston e "Lover Why" dos Century
2:15 Um curioso anúncio da gasolina Mobil de que já não me lembrava com um senhor em dificuldade em subir uma ladeira virtual até atestar com Mobil Superpower.
2:36 Uma boa prenda para os dias frios de Dezembro: o termo-ventilador Braun, portátil e "pendurável".
2:56 Uma sugestão de prenda mais cultural: o livro "Cerâmica Portuguesa e outros estudos" de José Queiroz.
3:10 Célebres marcas nacionais que (julgo eu) já foram à vida # 2: cafés A Brasileira - Porto. Eles são (eram?) café.
3:21 Depois do termoventilador, a Braun sugere-nos agora a força do vapor com o ferro de engomar Braun Vapor 6000 (ainda do tempo em que nenhum electrodoméstico digno do seu nome podia prescindir de ter um número - sobretudo "não sei quantos-mil" atrelado)     
3:41 Eternos inevitáveis na publicidade natalícia eram os anúncios a perfumes. Neste vemos uma mulher tipicamente eighties a representar o perfume Quartz, "o presente que nenhuma mulher pode recusar".
3:57 Um anúncio teaser com um estranhíssimo boneco (aqueles cornos pareciam ser braços de gente) que se dizia ser "o Bafo da Sorte" e que escrevia "6/47" num vídeo previamente "bafejado". Mais tarde vir-se-ia a saber que era uma campanha de promoção ao Totoloto, que brevemente passaria ter 47 números para escolher em vez dos iniciais 45.
4:11 Anúncio cheio de semi-megalomania eighties às baterias e pilhas Tudor.
4:43 Outro anúncio que me ficou gravado na memória: o do espumante Raposeira onde, numa festa, um homem e uma mulher escapuliam-se para debaixo de uma mesa com uma garrafa de espumante e dois flûtes. Lembrava-me bem deste anúncio devido à parte em que ela não resiste em fazer chocar os flûtes, ao que ele responde com um "sssh" para não chamar atenções.
5:04 Célebres marcas nacionais que (julgo eu) já foram à vida # 3: o óleo Tianica.
5:12 Também este anúncio de Natal da Sumol com um coro infantil ficou-me na memória porque sempre que dava na televisão, a minha mãe dizia que eu era parecido com o miúdo de casaco amarelo e cachecol branco que segura uma cartolina que foram a letra O de Sumol. (Aos 5:19, o segundo a contar da direita na fila de cima).
5:28 Interessante anúncio ao Volkswagen Golf, com um carro a ser magicamente montado peça a peça, condutor incluído. Mítico o slogan: "Não é um carro, é um Volkswagen!"
5:59 Mais uma sugestão livreira: "África Negra" de Paula Costa e Susana Marta
6:06 Eis que surge Madonna herself, que acabava de editar o álbum "You Can Dance" que continha remisturas de vários dos seus êxitos e um tema inédito: "Spotlight".
6:22 Mais um livro, desta vez um clássico moderno da literatura portuguesa, "Um Amor Feliz" de David Mourão Ferreira, que já ia na quarta edição. O livro, que relata a relação amorosa entre um escultor viúvo e uma mulher espanhola casada, chegou a ser adaptado para uma mini-série que passou na RTP no início dos anos 90, com Rui Mendes no principal papel.
6:38 Um anúncio ao espumante Freixenet Carta Nevada, em tons tão dourados que não sei como não houve retinas feridas quando dava este anúncio na televisão.
6:59 Um grão de café fantasiado de Pai Natal dá os votos de Boas Festas em nome da Delta Cafés.
7:07 Uma variação do anúncio da Mobil de há cinco minutos atrás, desta vez com um senhor num camião.
7:28 Para terminar, um anúncio do Grupo Amorim, dedicado à indústria da cortiça.

Aproveito para desejar a todos os leitores do blogue um Feliz Natal!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Tito Cunha, 25 Anos (1985)

"Tito Cunha", o "especialista em confecções de alta qualidade para enxovais" com os "melhores artigos para senhora, homem e criança. Lingerie e lavores femininos...", a comemorar 25 anos de actividade em 1985.


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Elegante e Stop-Acne (1985)

 Singelo anúncio/cupão de encomenda para diversos produtos "Elegante" e "Stop-Acne": sabonete elegante adelgaçante, creme elegante acção instantânea, super cera depilatória elegante aplicação a morno, sabonete stop-acne, lução stop-acne.



Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Darty Móveis (1985)

Lista dos salões de exposição "Darty Móveis" pelo país.


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Singer (1985)

Este anúncio é quase um mini-catálogo das "Ofertas Imbatíveis Singer", desde máquinas de costura, remendos, a TVs, frigoríficos, fogões, aparelhagens e panelas de pressão.


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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domingo, 16 de dezembro de 2012

Sozinho em Casa (1990) e Sozinho Em Casa 2 (1992)

por Paulo Neto

Enquanto em tempos passados, um dos rostos inevitáveis do Natal era Julie Andrews, pois rara era a quadra natalícia em que não desse na televisão o "Música no Coração" e/ou a "Mary Poppins", a partir dos anos 90, Natal não é Natal quando um dos nossos canais de televisão não passe o "Sozinho em Casa", seja o primeiro filme ou a sequela. Às vezes penso que há um decreto-lei que obriga a que a cada mês de Dezembro, tenha de aparecer o rosto pueril de Macaulay Culkin nos nossos ecrãs.


De tantas vezes que deu na televisão, a história já é amplamente conhecida. A numerosa família McCallister prepara-se para passar o Natal em Paris. Devido a uma falha de energia, os despertadores não tocam e entre a correria para chegar a tempo e uma série de equívocos, todos esquecem do pequeno Kevin (Macaulay Culkin) que ficou a dormir no sótão. Quando o petiz vê-se sozinho em casa, a princípio fica eufórico pois tinha-se desentendido com os seus familiares e deste modo, fica livre para fazer o que quiser. Mas as coisas complicam-se quando Kevin descobre que dois ladrões, Harry (Joe Pesci) e Marv (Daniel Stern), conhecidos como os Bandidos Molhados, planeiam assaltar a sua casa. Então, o miúdo decide defender a casa, colocando diversas armadilhas. Pelo meio, vai descobrindo que afinal sente saudades da sua família e que o tenebroso vizinho conhecido como o Homem da Pá de Neve é afinal um velhote simpático.
O filme contém várias cenas ficaram para a história, como aquela em que Kevin experimenta pela vez o ardor de um after-shave, mas claro que o momento alto é a sequência onde os ladrões, ao descobrirem que Kevin está sozinho em casa, decidem assaltar a casa e acabam por cair em todas as hilariantes armadilhas que o miúdo montou: o maçarico na porta, a maçaneta a ferver, as escadas com cola, o armário de ferramentas a cair pelas escadas abaixo e por aí fora. Essa sequência ainda hoje em dia continua a arrancar risos a muita gente. Lembro-me que sempre que o meu pai via o filme, era certo e sabido, que ia ouvi-lo a rir ao ver a série de humilhações dos bandidos.




O sucesso de "Sozinho em Casa" foi tal que se tornou a comédia mais rentável de sempre da história do cinema. Estreados nos Estados Unidos no Natal de 1990, nem o tema natalício impediu que o êxito se prolongasse bem depois da quadra. Deste modo, o realizador Chris Colombus foi elevado a realizador de primeira linha e Macaulay Culkin tornou-se a principal estrela infantil da sua geração. E o miúdo mais invejado do seu tempo, pois aos dez anos vivia a vida de superestrela, enquanto o resto da miudagem vivia a simples vida de miúdo. Só anos mais tarde é que veio à tona que essa vida de mega-mini-celebridade teve um lado negro (do qual felizmente Culkin parece ter recuperado). Mas enquanto não sabíamos de tal, lá íamos vendo com agrado os filmes dele, como "O Meu Primeiro Beijo" e "Pai, Filho e Sarilho".


Em 1992, estreou a sequela "Sozinho em Casa 2: Perdido em Nova Iorque" onde se mexeu pouco na fórmula ganhadora. No Natal seguinte, Kevin volta a desencontrar-se com a família e acaba por ir para a Nova Iorque em vez de Miami. Volta a fazer amizade com uma personagem aparentemente assustadora, desta vez uma senhora sem-abrigo que vive rodeada de pombos e vê-se num novo confronto com os recém-evadidos Bandidos Molhados, sendo estes de novo humilhados noutra sequência cómica de armadilhas, desta vez numa casa em obras. Se por acaso num Natal não der o primeiro filme, dá de certeza esta  sequela. A franchise estendeu-se a mais dois filmes, já sem Macaulay Culkin, e está prevista na América uma nova sequela, desta vez em telefilme, este Natal. 

Trailer do primeiro filme:


Melhores momentos da sequência das armadilhas:



Trailer do segundo filme:

       

Coquete (1985)

"Coquete", "uma maneira diferente de vestir bem".


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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sábado, 15 de dezembro de 2012

Mãos de Fada e Beleza (1985)

Anúncio a duas revistas da Agência Portuguesa de Revistas: "Mãos de Fada" e "Beleza", a primeira sobre crochet, bordados, pontos de cruz, etc; e a segunda sobre estética, cosmética, naturismo e macrobiótica com o  slogan "a beleza não nasce...cria-se".


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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Bijou Inc (1985)

Ganhar 30 contos (em 1985) por mês, sem necessidade de habilitações, sem inscrições, livre de compromissos? Estas eram as propostas da "Bijou Inc", para fazer vá-se lá saber o quê. Alguém sabe mais detalhes do que seria esta "actividade fácil e sem preocupações"?


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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O Rei Leão (1994)

por Paulo Neto

Durante boa parte da minha vida de estudante, Dezembro era o mês mais aguardado. 
A começar, tinha logo dois feriados a 1 e 8 de Dezembro, respectivamente o Dia da Restauração da Indepêndencia e o Dia da Imaculada Conceição (e antigo Dia da Mãe), que resultava no curioso facto de durante duas semanas seguidas, o mesmo dia da semana fosse feriado e não houvesse aulas. Por isso eu (como seguramente muitos outros miúdos) ficava chateado quando havia um ano em que o 1 e o 8 de Dezembro calhavam em dois sábados ou domingos.
Depois porque Dezembro era a recta final do 1.º período. Claro que era uma altura carregada de testes de avaliação em todas as disciplinas, mas depois disso, havia farra no horizonte. Na primária, havia uma festa na escola, onde cada turma cantava um cantiga de Natal, fazia um teatrinho qualquer ou recitavam poesia. (A minha actuação preferida? Na 1.ª Classe, onde fui um "O" numa poema dramatizado sobre as vogais, com direito a simulação automóvel: "O O vai no pópó!") A partir do 2.º ciclo, havia geralmente numa das últimas aulas, geralmente de Português, uma troca de prendas e lanche partilhado. (Para um e outro, usava sempre os mesmos recursos: um baralho de cartas e uma torta Dan Cake). E por fim, chegavam as férias e era uma sucessão do momentos arrebatadores: a euforia do primeiro dia sem aulas, as programações televisivas da quadra, o Natal e a Passagem de Ano. E quando se dava por isso, aquelas duas semanas tinham passado em menos de um fósforo e era tempo de ressacar das festas e começar o 2.º período.
Não sei dizer qual foi o melhor Natal da minha vida, mas sei qual foi o meu melhor início de Férias de Natal de sempre. Foi em 1994, na primeira segunda-feira de férias, quando eu e o meu irmão fomos ao cinema ver "O Rei Leão".




Na altura, a Disney vivia uma época dourada com vários filmes animados que faziam história, começando com "A Pequena Sereia" e continuando com "A Bela e o Monstro" e "Aladino". A expectativa era elevada face a "O Rei Leão", pois era o primeiro filme da Disney com apenas personagens animais, sem nenhuma figura humana e a banda sonora era assinada por Elton John e Tim Rice. Mas em Portugal, a principal expectativa residia no facto deste ser o primeiro filme da Disney dobrado em português de Portugal, pois até então todos os filmes da Disney eram dobrados em brasileiro. Sim, era muito giro ouvir a Pequena Sereia a cantar "hoje eu tenho uma porção de coisas lindas nessa coleção" mas já era tempo de que as personagens Disney falassem como nós, e não no português cantado e cheio de gerúndios das telenovelas.  O certo é que as expectativas foram mais que superadas e "O Rei Leão" ganhou lugar de honra no universo Disney.



Ao longo do filme, acompanhamos com emoção a evolução de Simba de leãozinho espevitado, que pensa que ser rei é fazer o que lhe apetece, a leão adulto pronto a assumir as suas responsabilidades. Vemos Nala passar de companheira de brincadeira de Simba a parceira ideal para rainha. Choramos a morte do seu sábio pai Mufasa e odiamos o maligno e maquiavélico Scar. Rimos com a adorável cumplicidade do javali Pumba e da suricata Timon enquanto cantamos "Hakuna Matuta" com eles. Também rimo-nos com os desastres das pérfidas mas hilariantes hienas: a astuta Shenzi, o desastrado Banzai e o indecifrável Ed. E "Can you feel love tonight" de Elton John entrou nas nossas jukeboxes mentais para nunca mais sair.




A dobragem portuguesa era imaculada graças ao talento de nomes como Carlos Freixo (Simba adulto), Cláudia Cadima (Nala adulta), António Marques (Mufasa), André Maia (Timon), José Raposo (Pumba), Rogério Samora (Scar), Cucha Carvalheiro (Shenzi), Adriano Luz (Banzai), Fernando Luís (Rafiki e Zazu) e Sara Feio (Nala criança). Abriu-se deste modo caminho para que as dobragens no nosso português fosse prática comum e desde então, a qualidade das nossas dobragens é amplamente reconhecida internacionalmente.

Se o filme em si já era uma experiência arrebatadora, melhor ainda foi vê-lo na primeira semana de férias de Natal. E calculo que para o meu irmão foi algo estratosférico, pois ele estava então na 1.ª Classe e estas eram as suas primeiras Férias de Natal. Ainda hoje, de vez em quando, recordamos esse dia com muita ternura. Memórias dessas são de valor inestimável.

Trailer português do VHS:


"Hakuna Matata":







quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Natal dos Hospitais

por Paulo Neto

Com mais ou menos cortes financeiros ditados pela crise, eis o país mais uma vez entretido com as milhentas  tradições de Natal: as árvores, as prendas, a comida, as festas e por aí fora. E em breve, vamos ter na televisão outro símbolo da quadra: as maratonas televisivas onde desfilam os cantores da nossa praça.


Estes programas existem em todos os canais, mas sem dúvida que o líder incontestado continua a ser "O Natal dos Hospitais" da RTP. É como o Festival da Eurovisão: afirmamos taxativamente que está hoje em dia a léguas submarinas da importância e relevância de outrora, mas gostamos de saber que ainda existe e se der a ocasião, ficamos a ver. SIC e TVI já clonaram o formato de diversas formas, quer por simples copy/paste ("Há Festa No Hospital"), quer com algumas alterações ("O Natal das Prisões"), mas ainda reina a opinião geral que o da RTP é que é.

Aliás o evento data de antes da televisão em Portugal, tendo sido realizado pela primeira vez em 1944 pelo jornal "Diário de Notícias", inspirado pela obra da poetisa algarvia Lutgarda Guimarães (1873-1935) que, marcada pela morte prematura de uma filha, visitava todos os Natais as crianças hospitalizadas no Dona Estefânia oferecendo-lhes presentes e dedicando-lhes textos, para minorar a tristeza de passarem sozinhas a quadra natalícia, num evento chamado "Natal das Crianças dos Hospitais" e que durou dez anos.
A primeira transmissão televisiva foi em 1958, apresentado por Henrique Mendes e a primeira actuação foi da actriz Beatriz Costa. A partir de 1961 e até ao início do século XXI, também era transmitido em simultâneo pela Emissora Nacional/RDP.


Actualmente, "O Natal dos Hospitais" é transmitido na primeira quinzena de Dezembro durante todo o dia e intercalado entre Lisboa e Porto. Mas na minha infância, lembro-me que dava já em tempo de Férias de Natal (algures entre os dias 18 e 21), começava após o Jornal da Tarde e primeiro havia um bloco de actuações nos Açores e na Madeira, um bloco mais extenso no Porto no Hospital de São João e a parte principal em Lisboa, num dos hospitais da capital. Para mim, havia dois momentos altos em cada "Natal dos Hospitais": o bloco infanto-juvenil onde actuavam os Ministars, os Onda Choc e outras estrelas de palmo e meio; e a recta final com a chegada de Herman José para mais uma vez roubar o espectáculo com piadas e uma canção e depois a terminar, o Coro de Santo Amaro de Oeiras, geralmente a cantar o "A Todos Um Bom Natal". Pelo meio passavam pelo palco quase todos os cantores conhecidos da nossa praça, dos mais credenciados aos nomes principais do nacional-cançonetismo, que mais tarde seria designado como música pimba e as principais caras da RTP também surgiam por lá com três funções: deixar a sua mensagem de Natal, apresentar os artistas em palco e sortear televisores Philips (durante vários anos o principal patrocinador do evento) para hospitais pelo país fora.



No YouTube, podemos assistir a vários vídeos de "O Natal dos Hospitais" nos anos 80, graças a canais como Lusitania TV, Toxic Portugal e MundoLego. Eis alguns excertos que seleccionei:





Guida, que fez parte dos Ministars, tentava em 1988 uma carreira a solo, da qual só há registo deste tema "Olá Olá". Gosto sobretudo do primeiro verso: "Toma lá, um banho de água fria!"



Ainda em 1988, Armando Gama e Valentina Torres (ainda pré-XXL) semeando o espírito natalício graças ao tema "Sonho de Natal", ambos com casacos com mega-enchumaços de ombros.



Continuamos em 1988 com o grupo infantil, os Meninos de Oiro que gostam de cantar em "coiro" e do qual faz parte "uma coisa pequenina mas que não desafiiiiiiina!"



Também em 1988, o grupo juvenil Bando Pardais, que na altura tentava desafiar o domínio binómico dos Ministars e dos Onda Choc. Assim que ouvi este tema, "Espero o Amor", descobri que sabia o refrão!




Mega tesourinho! Em 1989, Pedro Abrunhosa sem óculos!




 Domingos Machado no seu célebre avatar travéstico Belle Dominique  dando um pé de sambo. 




Um dos momentos mais aguardados: a chegada do Herman José! Aqui em 1987, terminou a actuação cantando o mítico "Vamos Lá, Cambada!"

No site da RTP Memória, é possível ver online a edição de "O Natal dos Hospitais" de 1981:

A Caderneta de Cromos dedicou três cromos ao "Natal dos Hospitais":
Cromo n.º 44 (24.12.2009) "Feliz Natal": http://podcastmcr.clix.pt/rcomercial/cdc_edicao2_24_12_2009.mp3
Cromo n.º 469 (24.12.2009) "Natal dos Hospitais":
Cromo n.º 854 (19.12.2011): "Natal dos Hospitais":













domingo, 9 de dezembro de 2012

Barriga de Aluguer (1990-91)

por Paulo Neto

Pela primeira vez, vou falar de uma telenovela que não vi. E não vi porque até ao Natal de 1992, em minha casa não havia RTP2. Apesar dos meus constantes protestos, os meus pais nunca se preocuparam muito com isso. Não sei se era por não saberem como sintonizar o segundo canal, se achavam que estávamos bem aviados só com a RTP 1 ou se por entre as azáfamas dos respectivos trabalhos e de criar dois filhos, pura e simplesmente nunca conseguiram ter a dose de pachorra necessária para tal. Seja como for, vivi a minha infância praticamente limitada a um só canal de televisão. O que eu conseguia ver da RTP 2 foi em casa alheia. Lembro-me de ir a casa de vizinhos ver as provas dos Jogos Olímpicos de Barcelona, de acompanhar os primeiros programas da SIC em casa da minha avó e de lamentar a minha santa ignorância quando na escola falavam de séries que davam no Canal 2 como por exemplo, o "Manimal". E como é óbvio, a era em que em Portugal apanhava-se livremente a televisão espanhola passou-me quase completamente ao lado.
Foi preciso esperar até ao Natal de 1992, quando o meu Pai presenteou a família com uma antena parabólica, para ter por fim a RTP 2 e a SIC, já que os senhores que vieram instalá-la também aproveitaram para por fim pôr as televisões lá em casa a dar uso à banda UHF. E só tivemos TVI quase um ano depois, já depois de termos mudado de casa, porque eu resolvi dar uma olhadela às instruções e sintonizar o canal que na sua génese era também conhecido como "a Quatro" para podermos usufruir da companhia de "A Amiga Olga" e da restante programação. 



Tudo isto para falar sobre a telenovela "Barriga de Aluguer" (ou "aluguel" no original), da autoria de Glória Perez que foi exibida no Brasil entre 1990 e 1991 e em Portugal em 1992, na RTP 2, durante um espaço deste canal, que tal como no Canal 1, exibia telenovelas de segunda a sexta em horário nobre na primeira metade dos anos 90. Nesse espaço também foram exibidas, por exemplo, o "Pantanal" e "Deus Nos Acuda", uma espécie de sequela da popular novela "A Rainha da Sucata".



Como o próprio indica, a telenovela abordava o polémico tema da maternidade de substituição. Ana (Cássia Kiss) é uma famosa jogadora de voleibol que vive um casamento feliz com Zeca (Victor Fasano), excepto por um detalhe: ela não pode ter filhos. Esgotadas as tentativas de tratamentos de fertilidade, o casal decide optar por recorrer a uma mãe de aluguer. A escolhida é Clara (Cláudia Abreu), uma jovem humilde que trabalha como recepcionista de dia e bailarina de boîte à noite. 
Inicialmente, Clara vê a cedência do seu útero por 20 mil dólares como um simples negócio, que lhe poderá aliviar os problemas financeiros. Mas à medida que a gravidez vai avançando, ela vai ficando cada vez mais absorvida pelo seu sentimento maternal e após um parto complicado que a deixa estéril, acaba por recusar dar o recém-nascido.


Segue-se então uma intensa disputa legal entre Ana e Clara pela guarda do menino. A primeira argumenta que o óvulo é dela e o esperma do seu marido e a segunda que gerou o bebé dentro dela e o deu à luz. Pelo meio, as duas sofrem duros revés. Ana sofre consequências a nível pessoal e profissional e a sua imagem pública fica arrasada. Clara acaba por ser expulsa pelo seu pai Ezequiel (Leonardo Villar), um homem doente e muito religioso e é obrigada a viver com Yara (Lady Francisco), uma ex-prostituta. Clara viverá ainda um triângulo amoroso com João (Humberto Martins), um rude camionista e Tadeu (Jairo Mattos), um jovem idealista. 

O elenco contava ainda com nomes conhecidos como Beatriz Segall, Vera Holtz, Paulo César Grande, Eri Johnson, Wolf Maya, Mário Lago e Tereza Seiblitz.



Tal como no Brasil, a exibição da telenovela em Portugal levou a vários debates sobre as questões éticas da maternidade de substituição, inclusivamente se esta prática, ilegal em Portugal, devia ser despenalizada. No final da telenovela, Ana e Clara acabam por desistir do processo jurídico e decidem encontrar, fora dos tribunais, uma forma de criar em conjunto o filho que uma germinou e a outra gerou. 
A autora Glória Perez viria a recuperar duas personagens, os doutores Álvaro Baronni (Adriano Reys) e Penelope Brown (Beatriz Segall) para a telenovela "O Clone". 

O genérico de abertura mostrava um corpo nu de uma grávida, ao som de "Aguenta Coração" de José Augusto, que no final abria as pernas e o ecrã era invadido por um feixe de luz, numa alegoria ao parto.

Genérico:



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