quarta-feira, 30 de abril de 2014

"I Wanna Be Your Lover" La Bionda (1980)

por Paulo Neto




Nos anos 80, por entre a colecção de discos de vinil cá de casa, contava-se uma colectânea de 1981 com o ambicioso título de "O Disco do Ano". Tratava-se de uma selecção com diversos temas portugueses, espanhóis, brasileiros e italianos, por entre algumas versões soundalike de êxitos anglo-saxónicos como "Bette Davis Eyes" e "Woman In Love". Por exemplo, dele faziam parte "A Guerra do Meninos" de Mara Abrantes, "Ela Controla" dos Roquivários, "O Passarinho" de Tó Maria Vinhas, "Maria Tranquila" de Juan Pardo, "Sará Perché Ti Amo" dos Richi & Poveri e "Mamma Dammi 100 Lire" de Rafaella Carrá

Também incluído no disco estava este clássico da italo-dance de 1980, "I Wanna Be Your Lover" dos La Bionda, tidos como os criadores deste género que dominou as pistas de dança europeias ao longo da década. 

Os irmãos Carmelo e Michelangelo La Bionda cresceram em Milão e têm feito música desde 1970. Lançaram o primeiro álbum em 1975, com temas em italiano e em 1978, em pleno auge do disco-sound, conseguiram algum êxito internacional com o álbum homónimo que incluía o hit "One For You, One For Me" e a balada "There For Me" (que já foi versionada por rouxinóis como Sarah Brightman, Josh Groban e Paul Potts.) Também lançaram alguns discos sob o nome de D.D. Sound. Além disso, os dois irmãos sempre foram muito activos a fazer música para filmes e televisão, incluindo o tema do genérico do "Calimero".



Em 1980, lançaram o álbum "I Wanna Be Your Lover", do qual se destacou a faixa-título, um tema electro-pop minimalista, com uma misteriosa voz feminina cheia a chilrear com forte sotaque o refrão "Wanna be your lover, I wanna be your lover, wanna be your lover, not just be your friend". Quando os meus pais punham a tocar o disco, numa altura em que eu ainda pouco ou nada sabia de inglês, parecia-me que ela estava a dizer: "Eu vi um lobo, ai, eu vi um lobo".


O tema também se notabilizou pelo teledisco, todo ele animado que mais parecia um episódio do "Ulisses 31". Segundo os comentários no YouTube, este era um daqueles videoclips que televisões um pouco por todo o mundo nos anos 80 usavam para encher chouriços entre a programação. Por exemplo, consta que a Rede Globo no Brasil recorria frequentemente a este teledisco quando havia alguma avaria técnica a resolver.




Embora sem o sucesso desses tempos, os irmãos La Bionda continuam bastante activos. O irmão Carmelo teve uma breve carreira a solo e também compuseram outro imortal clássico da italo-dance, "Vamos A La Playa" dos Righera (do qual já falámos). Continuam a produzir inúmeros temas musicais para televisão (como por exemplo, para a versão italiana do "Survivor") e para anúncios publicitários. Além disso, também são proprietários dos Logic Studios em Milão, um dos principais estúdios de gravação em Itália, por onde passaram nomes como Ray Charles, Laura Pausini, Depeche Mode e Rihanna.


Michelangelo e Carmelo La Bionda em 2013

 

Vimóveis

Não serão todas as marcas as que convidam o cliente para um copo de uisque, mas aqui justificava-se pela esperança que o cliente depois quisesse levar o bar para casa. O bar rústico ingês em cerejeira africana aqui publicitado pertencia á linha de mobiliário Luís XV da "Vimóveis".
Durante uns tempos os bares caseiros foram uma moda, algum dos nossos leitores teve um destes em casa?

Veja outro anúncio da mesma marca na Enciclopédia: "Vimóveis (1983".

Esta foto faz parte da grande colecção croma que a Ana Trindade tem em exposição no Facebook.

Mais cromos da Ana Trindade: "Enciclopédia de Cromos - Ana Trindade".

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terça-feira, 29 de abril de 2014

Caneta-Telescópio Micro Espião (1987)


"Agora em Portugal,a  caneta-telescópio dos agentes secretos". Era assim que o anúncio destacava este pequeno telescópio, um sonho para quem gostava de ver séries e filmes com espiões recheados de engenhocas. Ou então para quem queria espiar a vizinha do prédio do lado a mudar de roupa!
Ainda por cima também funcionava como microscópio, e tudo isso por 1 conto e 500 escudos!
Este "famoso Micro Espião dá-lhe uma super-potência e um longo alcance, iagual ao de grandes binóculos, Recomendado para agentes secreto e policiais." Agora sabemos onde o James Bond comprou a dele.
"Você estará sempre pronto a observar instantâneamente os desportos - corridas de cavalos, navios, automóveis, futebol, ténis.. e o que se passa nas praias, etc". Claro, o "que se passa nas praias", as marés, as gaivotas, as míudas em topless??

E ainda dava para experimentar por 30 dias, e o dinheiro seria devolvido se o cliente não "ficar 100% encantado".
Caro leitor, não tenha vergonha, confesse lá se tinha uma caneta destas! Para ver os rinocerontes e assim...



Publicidade retirada da revista Maria 428, de 21 a 27 de Janeiro de 1987.

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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Os Melhores Anos (1990 e 1993)

por Paulo Neto

Já falámos aqui de "Riscos" como um dos marcos da teledramaturgia adolescente nacional e séries precursoras dos "Morangos Com Açúcar", mas nesse campo, importa também falar de "Os Melhores Anos" que foram efectivamente a primeira série nacional sobre adolescentes. Escrita e concebida por João Aguiar, "Os Melhores Anos" teve duas temporadas, cada uma com treze episódios: a primeira foi exibida em 1990 sob direcção de Jorge Paixão da Costa e produzida pela Telecine e a segunda em 1993, dirigida por José Carlos de Oliveira, com produção da Imagem Real.




Ao que "Os Melhores Anos" faltava em cor e glamour, ganhava em realismo, sobretudo na primeira temporada. Além de ter sido filmada em duas escolas reais, os protagonistas tinham todo o ar que podiam ser nossos colegas da turma e vestiam as mesmas roupas que nós usávamos no início dos anos 90 (sobretudo muita ganga surrada).



O denominador comum às duas séries eram um grupo de quatro amigos: Célia Antunes (Leonor Francisco), uma jovem sensata e cheia de maturidade mas insegura com o seu excesso de peso, que por isso tem a alcunha de "Bolinha"; Tadeu Guia (Peter Michael), o inevitável intelectual caixa-de-óculos que adora dizer palavras complicadas para baralhar os colegas; Paulo Guedes (Nuno Magalhães), o típico gozão que gosta de mandar bocas e que tem uma relação conflituosa com o irmão mais novo, Chico (Bruno Barroso), mas que é sempre leal com os amigos; e Miguel Carreira (Victor Emanuel na 1.ª série, Jorge Gabriel - não esse que estão a pensar - na 2.ª série) um jovem vindo problemático do Bairro do Barão com uma complicada vida familiar e que divide os estudos com um trabalho num clube de vídeo.



Na primeira série que se passa na Escola C+S António de Mello (na verdade a Escola Secundária Ferreira Borges, no Alto de Santo Amaro em Lisboa), os quatro amigos andam no 9.º ano e no seu grupo ainda fazem parte Isabel (Sofia Solange), a pinga-amor da turma que se interessa por vários rapazes, Joana (Carla Cristina), rapariga discreta que num dos episódios receia estar grávida, Zeca (Ricardo Costa) o típico betinho e Tony (Filipe Malta), erradamente tido como um rapaz problemático. Existe ainda André (Filipe Dias), um garoto traquinas do Bairro do Barão que se torna amigo de Chico e que tem uma paixoneta por Célia.
Do núcleo dos professores fazem parte Berta (Laura Soveral), a presidente do Conselho Diretivo, Cruz (Victor Norte), o professor de Educação Física, Tiago (Rogério Samora), professor de Matemática, Idalina (Maria José Camecelha), a professora de História a quem os alunos chamam a "Superfofinha", Josué (José Gomes), o professor substituto de História, Dalila (Lídia Franco), a antipática e venenosa diretora de turma do grupo de amigos (o 9.º C) e sobretudo, Margarida (Alexandra Lencastre) uma jovem professora de Inglês vinda da província que desperta paixões tanto no aluno Miguel como no professor Tiago, apesar deste ser casado.



Na primeira série, falaram-se de temas como o álcool, o tabaco, as desventuras amorosas, as desavenças com os professores e os skinheads. Tirando estes últimos, eram enfim problemas típicos do 9.º ano. Os diálogos não eram dos mais brilhantes e o cenário escolar era algo deprimente cheio de tons baços, mas os jovens actores, aliados à competência do elenco adulto, não se saíam nada mal e não se valiam fazer primariamente do aspecto físico. Até as miúdas mais atraentes vestiam-se de forma pouco ou nada sensual.



Já na segunda série, as coisas foram um bocadinho mais arrojadas. Se na primeira série parecia filmada com um certo tom bege, esta tinha uma fotografia mais colorida e atractiva. Até a escola (Infante D. Luís em Oeiras) era mais jeitosinha - embora semelhante à escola em que andei no secundário - e a música de genérico era cheia de guitarradas, contrastando com a música de órgão Casio da primeira série. Para esta série, apenas transitaram da série inicial Leonor Francisco, Peter Michael, Nuno Magalhães, Bruno Barroso, José Gomes e Alexandra Lencastre.





Agora no 10.º ano e numa nova escola, uma Célia menos "Bolinha", Tadeu, Paulo e Miguel enfrentam novos dramas e desafios e formam um novo círculo de amigos com Luísa (Sofia Lukeni), uma jovem vinda da província e a única que responde à letra às bocas intelectuais de Tadeu, Raúl (Ricardo Monteiro) um jovem luso-africano que sonha em ser actor, Zé Carlos (Ricardo Oliveira), Cláudia (Isabel Praça), Luís (José Miguel Sardão) e Sandra (Sandra Ferreira), uma miúda algo impressionável. Não sendo parte do grupo, mas sempre por perto estava o fanfarrão Tomás (Filipe Garcia).
Entre as personagens adultas contavam-se Catarina (Rosa Lobato Faria), a enfastiada presidente do Conselho Diretivo, Carlos (Carlos Daniel), um professor divorciado com quem Margarida passa a namorar, Sofia (Margarida Reis) a professora de Filosofia por quem Miguel tem uma breve paixoneta e Adalberto Guia (José Pedro Gomes), pai de Tadeu e conceituado arqueólogo.     
Entre várias peripécias, a grande história da segunda temporada é quando Tadeu apaixona-se e perde a virgindade com Cristina (Cristina Homem de Mello), uma rapariga mais velha, mas no final ele acaba a namorar com Luísa.


Dos jovens actores revelados pela série, Victor Emanuel acabou por ser o mais famoso. Foi apresentador da primeira série do "Clube Disney" dos anos 90 e em 2004, ficou celebrizado por ser a voz do burro Pavarotti nos diários do reality-show "A Quintas da Celebridades". Mas tanto antes como depois, entrou em diversas séries e telenovelas como "Esquadra da Polícia" e "Anjo Meu". Leonor Francisco e Peter Michael apresentaram em 1991 o magazine jovem "Acontecimentos Lda." (produzido por Teresa Guilherme). Ela também entrou em "Esquadra de Polícia", mas atualmente consta que é advogada. Peter Michael também tem entrado em várias séries e telenovelas como "Anjo Selvagem" e "Dancin' Days" mas deve ser hoje em dia mais reconhecido pela voz do que pela cara, devido às várias dobragens que fez.

Além de actualmente em exibição na RTP Memória, é possível ver quase todos os episódios das duas temporadas de "Os Melhores Anos" no YouTube, graças ao incansável canal LusitaniaTV. (Um agradecimento também ao site Brinca, Brincando pelas informações quanto à primeira temporada).

Excerto do episódio "O Dia do Patrono" da primeira temporada:



Episódio "Os Grandes Desafios" da segunda temporada:


 

ACTUALIZAÇÃO: a série encontra-se disponível no portal de arquivos da RTP

domingo, 27 de abril de 2014

He-Man e os Masters do Universo - Calendários das Pastilhas Elásticas Dutlim (1988)


Em Portugal, boa parte do material vendido do He-Man vinha com a marca meio inglês, meio português: "Masters do Universo", em vez do português "Mestres do Universo" ou o original "Masters Of The Universe". Mas, traduções eram o que menos interessava aos míudos desejosos de possuir a avalanche de produtos relacionados com a série de TV e as figuras de acção de "He-Man e os Mestres do Universo". E no meio dessa variedade de produtos, não podiam faltar os calendários. Os da Impala ficam para outro dia, hoje vou partilhar a colecção de calendários que serviam de anúncio às pastilhas elásticas Dutlim, que tinham como brindes autocolantes do He-Man. Não tenho nenhum desses, mas sim a colecção quase completa dos calendários Dutlim. Os autocolantes serviam para trocar por prémios, explicitados num folheto que vinha com os calendários. Se estou bem recordado, os calendários eram um total de sete, portanto ainda me falta um.

O calendário "especial" desdobrável:
 As faces exteriores do desdobrável:
Na frente uma ilustração do herói He-Man e o seu arqui-inimigo Skeletor. No verso, fotos dos "super-prémios" do concurso: O 1º prémio era um vídeo; do 2º ao 4, um compact disc (pela foto uma aparelhagem com leitor de CDs) e do 5º ao 10º prémio, um computador ZX Spectrum 2, além de milhares de cadernetas de oferta.

O interior do desdobrável:
 Um calendário e as instruções e condições para concorrer.

Os calendários propriamente ditos:
 O verso de cada calendário tinha este aspecto:

Algum dos nossos leitores fez esta colecção ou conseguiu um dos prémios? Contem tudo! 
Saibam mais sobre os personagens em "He-Man e os Mestres do Universo / He-Man and Masters Of The Universe ".

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sábado, 26 de abril de 2014

Hiper Disney (1995)

Mais uma publicação da Editora Abril Jovem, desta feita um clássico das publicações Disney, o "Hiper Disney" com as suas quase 300 páginas mensais que custava 680$00 ( a esse preço dava para comprar 3 das revistas da Marvel ou DC que comprei aos molhes nesta época).

Publicidade retirada da revista Super Jovem Passatempos Nº 4, deNovembro de 1995.

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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Programação RTP 25 de Abril de 1980

por Paulo Neto

Quis o destino que eu viesse ao mundo no dia em que se comemorava o sexto aniversário da revolução de 25 de Abril. Graças aos exemplares online do Diário de Lisboa, disponíveis no site da Fundação Mário Soares, tive a oportunidade de descobrir como a RTP programou esse dia e impõe-se uma análise.




Na RTP1, a emissão iniciou-se às 10:55 precisamente com a transmissão das comemorações do sexto aniversário do 25 de Abril, em directo da Praça do Império em Lisboa. Seguia-se às 15:00 a transmissão da sessão plenária comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República, que ainda hoje é transmitida anualmente. 

Às 17:00, "Arte & Manhas", um programa para os mais novos idealizado por José Isidro, umas das primeiras vezes em que ele encarnou o seu semi-heterónimo do Tio Julião, uma espécie de tio porreiro da criançada nacional, algo que veio a perpetuar com outros programas como o "Clube Amigos Disney" e alguns livros como "As Histórias do Tio Julião". (Será que "O Tio João" que vem a seguir ao programa na página do Diário de Lisboa não era uma gralha?) Entre outros convidados, o programa contava com a participação de Adelaide Ferreira (no papel de uma vendedora ambulante) e Ana Bola. Eis um excerto:      



Ás 18:00 (precisamente quando eu estava a nascer), a emissão seguia para o antigo Estádio de Alvalade para um Sporting-Benfica...em atletismo. Às 19:30, informação regional no "País, País", um antepassado do actual "Portugal em Directo" e o Telejornal chegava, comme il faut, às 20:00.

Chegadas as 20:50, era hora da telenovela para mais um episódio de "Dancin' Days", a mítica telenovela de Gilberto Braga (que em 2012, viria a ser a primeira telenovela brasileira a ter uma adaptação portuguesa). Mais um capítulo onde acompanhávamos o percurso da ex-presidiária Júlia (Sónia Braga) para conquistar a sua filha Marisa (Glória Pires), que foi criada pela irmã Yolanda (Joanna Fomm), enquanto pelo caminho vivia um romance atribulado com Cacá (António Fagundes). Tudo isto ao som do disco-sound.



Às 21:35, era altura de saber o estado do tempo para o dia seguinte em "O Tempo". Ás 21:40, seguia-se um episódio da série documental da BBC "O Homem Verde" (The Botanic Man, 1978), apresentada por David Bellamy, um renomeado botânico e um dos primeiros eco-activistas, mostrando-nos várias maravilhas da Natureza. 




Às 22:10, um programa de informação "40:60". Ás 22:55, um programa de variedades, conduzido pelo cantor e compositor francês Claude Nougaro (1929-2004), que recebia no seu programa convidados do calibre de Georges Brassens, Michel Jonasz e Marie-Paule Belle. A fechar a emissão, às 23:55, um último bloco informativo com o "24 Horas".




Na RTP 2, a programação resumia-se a pouco mais de três horas, começando às 20:30 com um documentário sobre a história do cinema alemão, um espaço informativo e às 22:00, um telefilme francês de 1978 realizado por Edmond Seechan, "Fotografia Histórica", sobre um cirurgião interpretado por Jean-Claude Carrière, que começa a ver estranhas visões na fotografias de Polaroid tiradas por um dos seus pacientes e tenta decifrar qual a mensagem que essa máquina fotográfica, que parece ter vida própria, lhe quer transmitir.


Como se pode ver, foi um dia com uma programação bastante variada (algo que hoje em dia, com mais canais e programação ao longo das 24 horas do dia, não se pode dizer muitas vezes): informação, desporto, telenovela, programa infantil, documentários e cinema francês. 

25 de Abril - Trabalho Escolar

Hoje trago para o blog algo diferente e pessoal, um dos meus trabalhos escolares, sobre o tema "25 de Abril". Não me recordo se era um trabalho individual ou de grupo, se tinha mais páginas com texto ou se eram apenas estas oito ilustrações, mas recordo-me bem de desenhar estas páginas, usando como modelo pequenas fotos de enciclopédias e livros escolares sobre a Revolução dos Cravos.
Os desenhos, feitos para a disciplina de História, fizeram parte de uma exposição do "25 de Abril" que esteve afixada no rés do chão da escola C+S, algures nos anos 90. Ainda me consigo lembrar das folhas afixadas nas placas verticais de cortiça. O desenho do Salazar, além de um pouco estrábico, está amarrotado porque alguém - creio que a professora, ou alguém encarregue da exposição - achou boa ideia representar assim o "velho" Salazar por oposição à mudança de regime do 25 de Abril.
"O General Spínola, presidente da Junta de Salvação Nacional, lê o programa do M.F.A."

"Otelo Saraiva de Carvalho"

"Militares portugueses em Lisboa, na manhã do dia 25 de Abril"

"Militares portugueses em Lisboa, na manhã do dia 25 de Abril"

O cravo - o símbolo da revolução do 25 de Abril de 1974.

"António de Oliveira Salazar"

"Símbolo do M.F.A. (Movimento das Forças Armadas) largamente divulgado após o 25 de Abril de 1974."

"O cerco ao Quartel do Carmo onde se refugiara Marcelo Caetano"
Alguns dos nossos leitores ainda têm os vossos trabalhos escolares?

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quarta-feira, 23 de abril de 2014

X-Men (1995)

Anúncio ao lançamento das revistas "X-Men" em  formato americano em Portugal em Novembro de 1995. Nesta mini-série em 3 números, decritas como "edições de luxo", os "X-Men terça armas pela última vez contra o aqui-inimigo Magneto. Testemunha o fim de uma era e o início de outra dos teus heróis favoritos."
Foi nesta época em que o meu consumo de banda desenhada começou a decair, substituido pelas compras de revistas de cinema, mas ainda cheguei a adquirir vários destes números em "formato americano", ou seja, revista de maiores  dimensões e com menos páginas. O artista Jim Lee estava no auge de popularidade e o seu estilo é imitado até hoje.
Em maior detalhes as capas dos três primeiros números:


Publicidade retirada da revista Super Jovem Passatempos Nº 4, deNovembro de 1995.

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terça-feira, 22 de abril de 2014

Pocahontas - Edição Especial Super Jovem (1995)

Continuando com a publicidade a revistas da marca Super Jovem, a "Edição Especial Super Jovem" dedicadao ao filme da Disney desse ano: "Pocahontas". Esta "edição de coleccionador" tinha no seu interior "a história do filme em BD, toda a história dos bastidores da Pocahontas, a verdadeira história da Pocahontas (Como viviam os Powhatan, Chefes índios famosos)" e ainda a oferta de 22 autocolantes alusivos ao filme.

Publicidade retirada da revista Super Jovem Passatempos Nº 4, deNovembro de 1995.

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segunda-feira, 21 de abril de 2014

O Homem-Aranha (1995)

Apesar de incluído num anterior anúncio a várias das revistas Marvel publicadas pela Editora Abril "agora em português", a revista de banda desenhada d' "O Homem-Aranha" tem direito a uma página inteira para recordar que a revista já está nas bancas e que "nunca o combate ao crime foi tão espectacular!". A acompanhar, uma singela imagem do Cabeça-de-Teia.

Publicidade retirada da revista Super Jovem Passatempos Nº 4, deNovembro de 1995.

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domingo, 20 de abril de 2014

Super Jovem Posters (1995)

Depois da agenda, mais um produto derivado da "Super Jovem": "Super Jovem Posters". Neste caso concreto, "Super Jovem Posters Nº 4", do mês de Novembro de 1995, com o preço de capa de 280$00.
Obviamente, o conteúdo da revista eram apenas posters, 15 posters gigantes. Não tenho aqui nenhum para medir o tamanho "gigante", mas nessa edição número 4, os idolos (do cinema, futebol e música) prontos a revestir as paredes dos quartos de adolescentes eram:
Vítor Baía, Ace Of Base, Boyzone, Domingos, Kevin Costner, Jeremy Jackson, RÀP, Keanu Reeves, Kussondolola, Folha, Stephen Dorf, Mariah Carey, Mick Jagger, Yasmine Bleeth e Nuno Gomes.
Sem dúvida que se comprasse a revista na altura era mesmo só pelo poster da Yasmine Bleeth, a Caroline das "Marés Vivas"...

Publicidade retirada da revista Super Jovem Passatempos Nº 4, deNovembro de 1995.

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sábado, 19 de abril de 2014

Agenda Super Jovem 1996 (1995)

Como hábito, qualquer revista faz publicidades à própria revista ou outros produtos do mesmo grupo de revistas, neste caso um derivado da "Super Jovem", a "Agenda Super Jovem 1996".
 O cliché da lâmpada para representar ideias luminosas serve para dizer que "só uma superagenda pode guardar as superideias que surgem na tua supercabeça!". E segundo a descrição, além de se tomar notas das brilhantes ideias da cabeça de um adolescente, a  "Agenda Super Jovem" indica os dias de aniversário dos ídolos da altura, além de fotos e previsões astrológicas e pensamentos avulso. No topo do artigo, podem ver a singela capa, e abaixo detalhes do interior da agenda:
 Caros leitores, quem teve (ou ainda tem) esta agenda?


Publicidade retirada da revista Super Jovem Passatempos Nº 4, deNovembro de 1995.

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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Black Company "Nadar" (1994)

por Paulo Neto



Em 1994, o rap já há muito passara de género musical marginal para algo se ouvia na rádio com frequência em todo o mundo e até já se tinha tornado uma indústria milionária nos Estados Unidos. Outros países como França, Reino Unido e Alemanha também já tinham uma cultura rap e hip hop proeminente. Já em Portugal, existiam alguns artistas e colectivos, sobretudo oriundos das comunidades africanas da Grande Lisboa e da Margem Sul, que começavam a ganhar força, mas ainda não tinham passado para o grande público. Até que nesse ano foi editada a colectânea "Rapública" que reunia temas de alguns dos nomes mais promissores do rap português (como por exemplo, um jovem Boss AC) e o tema que serviu para apresentar o disco tornar-se-ia um dos maiores êxitos nacionais no ano seguinte.




Formados em 1992 no resquício de um colectivo inicial chamado Machine Gun Poetry, os Black Company já eram o nome mais sonante da cena rap da Margem Sul. E com um refrão pegadiço, que mencionava os nomes dos quatro membros conquistaram o país e tornaram-se estrelas nacionais. Pode-se de dizer que "Nadar" dos Black Company esteve para o rap em Portugal como o lendário "Rapper's Delight" do Sugar Hill Gang esteve para o rap americano. Por todo o Portugal, gente de todas as idades trauteava alegremente no verão de 1995:

Bantú não sabe nadar, yo!
KJB, não sabe nadar, yo!
Madnigga, não sabe nadar, yo!
Makxx, não sabe nadar, hey!



E de repente, para nosso choque, víamos os nossos pais e avós a dizer "yo!" e "tá-se bem". No final, o tema também fazia referência a outros nomes do rap nacional como General D, Boss AC, Kussondulola e Da Weasel, que também viriam a conhecer grande sucesso a partir dessa altura.

Os Black Company capitalizaram o sucesso, editando o seu álbum de estreia "Geração Rasca" do qual também foram extraídos mais dois hits, "Abreu" e "Pura Ressaca", e apareceram em todos os programas de televisão (chegando mesmo a apresentar um programa de apanhados). O hype já tinha desvanecido por altura do segundo álbum, "Filhos da Rua" (1998) mas ainda tiveram mais um hit com "Chico Dread", uma abordagem ao "Chico Fininho" de Rui Veloso.  

Nos anos seguintes, o grupo manteve-se separado cada membro envolvido nos seus projectos. O mais visível foi Augusto Armada (Bantú) que se reinventou como cantor de r&b sob o nome de Gutto e teve alguns hits na primeira década deste século como "Só Quero Dançar" e "Deixa Ferver" e produziu temas para outros artistas e a música para o polémico programa "Masterplan". Os Black Company reunir-se-iam em 2008 para o álbum "Fora de Série", onde o single de apresentação, "Só Malucos" contou com a inesperada colaboração de Adelaide Ferreira.



    
Videoclip "Nadar":







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