quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Tulicreme Bicicletas (1985)

Durante anos, ser dono de uma bicicleta BMX era o que separava os homens das crianças. Bem, talvez esteja a exagerar, mas era um objecto muito cobiçado pela míudagem. Já que não podiamos ter o KITT para viajarmos a alta velocidade pela vizinhança, estas bicicletas eram o melhor a seguir. Pessoalmente, tive uma, mas nunca me aventurei muito longe, portanto tinha uma quilometragem baixa. E quem não recebeu a sua BMX pelo aniversário, Natal ou partindo o porquinho-mealheiro; em 1985 podia tentar ganhar uma das dezenas oferecidas neste concurso "Tulicreme". Para se habilitar, bastava fazer um desenho, juntar dois recortes das tampas de Tulicreme e enviar tudo pelo correio.
Algúm dos nossos leitores ganhou uma?
Actualização:
Entretranto encontrei no Youtube o reclame a este concurso:
"Eh pá! Tulicreme agora dá bicicletas!"


Anúncio retirado da revista "Almanaque do Patinhas e do Mickey" Nº 20, de 23 de Julho de 1985. Imagem editada por Enciclopédia de Cromos. Créditos ao uploader original.

Como sempre, o leitor pode partilhar experiências, corrigir informações, ou deixar sugestões aqui nos comentários, ou no Facebook da Enciclopédia: "Enciclopédia de Cromos". Visite também o Tumblr: "Enciclopédia de Cromos - Tumblr".

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Concurso de Verão nas Revistas Disney Portuguesas (1985)


Nesta publicidade de dupla página são apresentados os prémios que os participantes neste "Concurso de Verão" podiam levar para casa: Motos, bicicletas, rádios, câmaras fotográficas e assinaturas da revista Disney Especial.

As instruções para concorrer:
Desenhos dos prémios:
O sorteio foi a 1 de Agosto de 1985. Algum dos nossos leitores ganhou algum prémio?

Anúncio retirado da revista "Almanaque do Patinhas e do Mickey" Nº 20, de 23 de Julho de 1985. Imagem editada por Enciclopédia de Cromos. Créditos ao uploader original.

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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Muita Lôco (1994-95)

por Paulo Neto

Mais um programa incontornável dos primeiros anos da SIC. "Muita Lôco" era um programa para o público jovem marcado pela irreverência e pela transgressão de regras do que era fazer televisão em Portugal, algo que aliás era de certa forma o apanágio da SIC nos anos 90. Pode-se dizer que foi com este programa que se iniciou o conceito de "TV em movimento", ou não fosse produzido e realizado por Ediberto Lima, o homem que mais tarde estaria por detrás de programas como "Big Show SIC" e o "Buéréré" da era Ana Malhoa. Já se podia verificar em "Muita Lôco" vários elementos que seriam expandidos nesses programas subsequentes.  





O programa foi exibido aos sábados à tarde entre 1994 e 1995 (1) , apresentado por José Figueiras. A assistência era inteiramente formada por jovens, que se mostravam constantemente eufóricos (para não dizer histéricos!). Em cada programa, discutia-se um assunto que preocupava os jovens como a droga, a saúde, os preconceitos, os ciúmes e os métodos anticonceptivos, sendo que para essa discussão marcavam presenças vários convidados, que podiam ir desde pessoas cuja profissão tinha a ver com o assunto a celebridades que iam dar a sua opinião. Por exemplo, lembro-me de Marina Mota e Rogério Samora num dos programas, ou ainda de Paula Marcelo (mulher de Camilo Oliveira) e José Mussuaili (jornalista da TVI, o primeiro pivot de informação em Portugal de raça negra) no programa sobre os preconceitos. Recordo-me ainda que o primeiro programa era sobre a identidade dos géneros e entre os convidados estavam dois travestis: um que apesar de se vestir como mulher não deixava de se identificar como homem e outro que apesar de ter nascido homem, identificava-se mais com o género feminino. Os jovens presente na assistência podiam também fazer perguntas aos convidados e dar as suas opiniões sobre os temas abordados.

Mas falar do "Muita Lôco" implica forçosamente falar da mítica assistente, simplesmente conhecida como Paulina, que ao contrário do que era habitual, era uma moça que se orgulhava das suas formas redondas e dos seus quilos a mais. Paulina surgia em cada programa com um disfarce diferente e com o tempo, foi-se tornando cada vez mais interventiva no programa.


Presença habitual no programa era banda residente, obviamente denominada Banda Muita Lôco, liderada por Rodrigo Leal, filho de Roberto Leal. A banda chegou a editar dois CD, na maioria constituídos por covers rock de temas conhecidas e por faixas onde José Figueiras demonstrava os seus famosos de dote de canto tirolês. Mas além da banda residente, várias bandas nacionais actuaram no programa. 

Eu via o programa de forma mais ou menos regular e embora a premissa fosse interessante e o conceito fosse bastante inovador para o Portugal de então, por vezes achava-o cansativo, com as câmaras que não pareciam estar quietas e o público quase sempre a roçar a histeria, mesmo em momentos em que não havia grande motivo para tal. Como ficou exemplificado no Tesourinho dos Gato Fedorento, o mesmo onde se verifica, sem sombra de dúvida, que o Jorge Rocha tinha TANTO ESTILOOO!



(1) Em vários sítios da internet, existe a informação que o Muita Lôco durou de 1994 a 2000, o que não é correcto. O programa tal como é lembrado neste cromo foi exibido entre 1994 e 1995, sendo depois substituído pelo "Top SIC". Em 2000, houve um breve reboot do programa, usando o título e a mascote do programa antigo e também com a apresentação de José Figueiras, mas pelo que me recordo era essencialmente um programa musical, sem o espaço de debate.        

Início do primeiro programa:

           

Excertos do programa:


domingo, 26 de outubro de 2014

Ambar - Artigo Escolar (1989)

Um colorido anúncio á portuguesa "Ambar" (em actividade desde 1939), que forneceu boa parte do material escolar durante os anos cromos. A acompanhar o rapaz e rapariga que caminham num descampado em direcção á escola estão personagens de diferentes companhias, num raro crossover: da Disney, o Pato Donald e o Rato Mickey; junto aos gauleses mais famosos criados por Goscinny e Uderzo, Asterix e Obelix. A representar os Looney Tunes da Warner Bros, Piu-Piu, Silvestre e Speedy Gonzales. E a compor o desfile, a inconfundivel Pantera Cor-de-Rosa.

Anúncio retirado da revista "Almanaque do Patinhas e do Mickey" Nº 20, de 23 de Julho de 1985. Imagem editada por Enciclopédia de Cromos. Créditos ao uploader original.

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sábado, 25 de outubro de 2014

Última Sessão: Ata-me! (1991)


Reclame de 1991 ao filme de 1989 do polémico Pedro Almodóvar: "Ata-me!". A película passou na rúbrica "Última Sessão", no Sábado á noite, a 19 de Outubro de 1991.
Nunca vi o filme, portanto vou limitar-me a mostrar este trailer televisivo:


Presente no reclame está porventura a cena mais reconhecida do filme (foto no topo), mesmo para quem não o viu: o mergulhador semelhante aos brinquedos cobiçados por muitos jovens da altura, em missão de... "exploração" numa banheira.
Creio que na casa de um familiar meu havia almofadas parecidas a esta da foto...

Video recuperado de uma videocassete VHS, gravada na RTP-1 no dia 18 de Outubro de 1991. 

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Transformers - Autocolantes Recortados Panrico (1989)


Estes cromos autocolantes recortados foram durante muito tempo os únicos Transformers oficiais que pude segurar nas mãos, visto que os brinquedos eram muito caros para o orçamento familiar. É certo que estes não se transformavam e podiam voar com uma rajada de vento repentina, mas as ilustrações da Geração 1 que os adornam são belissimas, e hoje em dia incrivelmente nostálgicas. Não tenho nenhuns sobreviventes dos tempos de infância, mas felizmente consegui adquirir há alguns meses um conjunto que gostava de partilhar convosco.
Podem clicar na foto para a aumentar:

Para os fãs regalarem os olhos, junto algumas imagens gentilmente cedidas pelo leitor David Lamy, um sortudo que é dono destas belezas:


Esta colecção saiu em terras de nuestro hermanos em 1986, como brinde do Bollycao [recordem mais autocolantes do Bollycao], com 27 cromos diferentes. Em Portugal terá chegado em 1989 - a fazer fé na data do copyright dos próprios cromos, o mesmo ano da estreia da série animada "Transformers Em Acção" entre nós - e apesar de essa guloseima da Panrico já existir em terras lusas, tenho a impressão - corrobada pelo David Lamy - de que estes Transformers eram vendidos com aqueles bolinhos rectangulares, os pastelitos semelhantes ao Cake Bar.

Blitzwing - Cromo português (1989)
Blitzwing - Cromo espanhol (1986)
Se a informação se confirmar, a versão portuguesa destes cromos era de dimensão menor: 62x42mm contra os 75x52mm da versão espanhola. No entanto, ambos eram ideias para forrar capas de cadernos, dossiers, frigorificos, etc!

Uma colecção paralela a esta, também da Panrico, foi chamada na Espanha de "Visioramas", e consistiam em autocolantes que podiam alternar a imagem  entre o modo robot e o modo veículo do Transformer. Creio que tive alguns, mas não tenho a certeza se os adquiri em Portugal ou em Espanha, onde estes autocolantes Panrico foram colocados à venda alguns anos antes. 

Foto: "Por El Poder de Grayskull"
O blog "Por El Poder de Grayskull" fala em mais detalhe sobre as duas colecções: " Los Visioramas de Bollycao ".

Um vídeo no Youtube exibe uma colecção desses visioramas:

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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O Príncipe de Bel-Air (1990-1996)

por Paulo Neto

No final dos anos 80, Will Smith começava a dar os seus passos rumo ao estrelato como parte da dupla rap Jazzy Jeff & The Fresh Prince, graças a hits como "Summertime" e "Parents Just Don't Understand". O seu carisma já se começava a notar ao ponto da cadeia televisiva NBC o abordar para protagonizar uma sitcom. O resultado foi "O Príncipe de Bel Air" que viria a ser uma das sitcoms que marcariam a década. A série teve seis temporadas entre 1990 e 1996, num total de 148 episódios. Em Portugal, estreou em 1992 no advento da SIC. 



Tal como Jerry Seinfeld em "Seinfeld", Will Smith interpretava uma versão ficcionada dele próprio em "O Príncipe de Bel Air". O genérico explicava a história: depois de se meter em algumas alhadas na sua Filadélfia natal, Will é mandado pela sua mãe para ir viver para Los Angeles com os seus tios, que habitam numa luxuosa mansão em Bel Air.





O humor da série resultava naturalmente do factor "peixe fora de água" pois a exuberância, boa disposição e apetência para a confusão de Will contrastava fortemente com a etiqueta e o snobbismo da família Banks. O seu tio Phil (James Avery), um advogado bem sucedido, é aquele que costumava ficar mais de cabeça em água com as brincadeiras de Will. Conservador e rigoroso, Phil é casado com a desembaraçada Viv (Janet Hubert-Whitten nas três primeiras séries, Daphne Maxwell-Reid na outras três), uma das irmãs da mãe de Will. Os dois têm três filhos: a vaidosa Hilary (Karyn Parsons), o betinho Carlton (Alfonso Ribeiro) e a rebelde Ashley (Tatyana Ali). Também sempre presente na casa estava Geoffrey (Joseph Marcell), o mordomo inglês que apesar de dedicado aos Banks, tinha sempre um comentário mordaz na ponta da língua. Apesar de todas as peripécias e confusões, aos poucos os Banks acabam por acolher completamente Will como parte essencial da família e Will acaba por ter em Phil a figura paterna que sempre lhe faltou na vida. 


Outra personagem marcante é Jazz (Jazzy Jeff) um rapaz de Compton com quem Will trava amizade. Desastrado e sem tacto, Jazz tem o dom de irritar os Banks, sobretudo Phil e Hilary, por quem tem uma paixoneta, e em vários episódios, ele acabava por ser literalmente atirado para fora da mansão.
Entre as aparições especiais, contam-se Nia Long e Tyra Banks como dois interesses amorosos de Will, Chris Rock, Whoopi Goldberg, Evander Holyfield, Donald Trump, Oprah Winfrey, Pam Grier, BB King, Naomi Campbell, Richard Dean Anderson e Jay Leno.

O sucesso de "O Príncipe de Bel-Air" foi exibido um pouco por todo o mundo (foi uma das poucas séries americanas a serem exibidas no Paquistão). No Brasil, o título da série era "O Maluco no Pedaço". Na sequência do sucesso da série, Will Smith passou a ser uma estrela de topo tanto na música como sobretudo no cinema, graças a blockbusters como "Bad Boys", "Homens de Negro" e "O Dia da Independência". Foi também na série que ele conheceu a sua actual esposa. Jada Pinkett-Smith, quando esta fez uma audição para o papel que seria atribuído a Nia Long.

Genérico:


Excertos dos melhores momentos:







segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Roberto Carlos "As Baleias" (1981)

por Paulo Neto

Apesar do Brasil ser um país enorme e repleto de grandes nomes musicais, existe um relativo consenso em se considerar Roberto Carlos como o rei da música brasileira. Pelo menos em termos de produtividade, bem que merece esse epíteto pois em mais cinquenta anos de carreira, Roberto Carlos editou mais de sessenta discos (41 deles de originais) e vendeu mais 120 milhões de álbuns em todo o mundo. Analisando a sua discografia é curioso notar que a grande maioria dos seus álbuns são homónimos ou seja são intitulados "Roberto Carlos", pelo que para se distinguirem uns dos outros são designados ou pelo ano de edição ou pelo primeiro single do disco. Por exemplo, o álbum "Roberto Carlos" de 1985 também é conhecido como "Verde e Amarelo", o grande hit desse disco.

Portugal é obviamente um dos países onde Roberto Carlos tem mantido um enorme sucesso e como tal, são muitos os lares portugueses que por entre a sua colecção de discos, sobretudo nos anos 70 e 80, incluíam um álbum de Roberto Carlos. A minha casa não era excepção e por entre os vinis cá de casa, existe um álbum "Roberto Carlos" de 1981, o qual eu bem me lembro de ouvir tocar em petiz no nosso velho gira-discos. 




Para já, é destacar o facto de Roberto Carlos aparecer vestido de preto na capa, quando é sobejamente conhecida a sua predilecção em se vestir de branco. Contudo, mesmo com todo o cabedal e ganga, parecia mais um padre motard do que um badboy, até porque sempre cultivou a imagem de bom rapaz.

De entre as dez faixas do disco, recordo-me de três delas: uma delas é "Cama e Mesa" que começa com Roberto Carlos a dizer "Eu quero ser sua canção, eu quero ser seu tom/ Me esfregar na sua boca, ser o seu batom" e depois "O sabonete que te alisa embaixo do chuveiro/A toalha que desliza pelo seu corpo inteiro". (Felizmente que ele não chega aos níveis do Príncipe Carlos que já afirmou desejar ser um peça ainda mais íntima da higiene feminina de Camilla Parker-Bowles...).
Outra faixa é um dos clássicos do repertório de Roberto Carlos, "Emoções" com o seu lendário verso inicial: "Quando eu estou aqui, eu vivo esse momento lindo..." E no fim de contas, que melhor verso para resumir o que é viver esta vida do que "Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi!"?

Porém a faixa mais mítica do álbum "Roberto Carlos - 1981" é sem dúvida "As Baleias". Numa altura em que as causas ecológicas e de protecção dos animais ainda não tinham a atenção devida, já Roberto Carlos denunciava as atrocidades da caça à baleia num refrão simplesmente demolidor (da autoria do seu eterno parceiro de composição Erasmo Carlos):

Seus netos vão lhe perguntar em poucos anos
Pelas baleias que cruzavam os oceanos
Que eles viram em velhos livros,
Ou nos filmes dos arquivos
Dos programas vespertinos da televisão!

O gosto amargo do silêncio em sua boca
Vai te levar de volta ao mar e à fúria louca
De uma cauda exposta aos ventos
Em seus últimos momentos
Relembrada num troféu em forma de arpão

Apesar de toda a sua carga emotiva e acusadora, tratava-se sem dúvida de uma refrão bastante sing-along pelo que quando esta música tocava, eu cantava em coro. E como não podia deixar de ser, esta música também continha um outro histórico mondegreen da minha infância, pois eu não sabia o que queria dizer "vespertinos", então eu cantava "nos programas desportivos da televisão!" embora tivesse noção suficiente que a caça à baleia não era nenhum desporto e que seria inconcebível mostrar cenas dessas num programa como o "Domingo Desportivo". Por essas razões e outras mais, "As Baleias" é a canção que me vem logo à cabeça dentro do vastíssimo repertório do Rei Roberto e decerto que, tal como eu, foi a primeira canção ecologista que muita gente ouviu na vida.

Além disso, foi a única faixa do álbum "Roberto Carlos - 1981" com direito a videoclip com Roberto Carlos a cantar a bordo de um veleiro:

     


       


  
 

domingo, 19 de outubro de 2014

Pedigree Pal (1991)


Em casa sempre houve animais de companhia, por isso recordo este reclame como se o tivesse visto ontem. O slogan na época desta marca de alimentação canina era: "recomendado pelos principais criadores". Mas a punchline é "Restos? Nunca!".



Comparem com esta publicidade, mas com cães de caça: " Pedigree Pal Dog Food Portugal TV Commercial". Com outros, quase decalcados, não sei qual é mais recente ou se eram contemporâneos.

Video recuperado de uma videocassete VHS, gravada na RTP-1 no dia 18 de Outubro de 1991. 

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sábado, 18 de outubro de 2014

Portugal Radical (1992-2002)


Decerto não sou a pessoa mais indicada para falar deste tema, visto que os meus momentos "radicais" envolvem uma prancha de skate e uma BMX. Esta segunda experiência, digamos que não funcionou como previsto....Felizmente, experiência não é requisito para escrever, senão apenas 12 homens (8 vivos, actualmente) podiam escrever sobre caminhar na Lua. Voltando ao tema, o programa da SIC, exibido entre 1992 (1) e 2002 tinha um título auto-explicativo: "Portugal Radical".

A caderneta de cromos - que podem ver mais abaixo - descreve o programa dos sábados de manhã assim: "O Portugal Radical levou os desportos de acção para a televisão. Deu-lhes vida e um espaço para que toda a gente os pudesse conhecer". O novo canal SIC estava a cultivar esta imagem de radical, inovador e atrevido por oposição ao novo canal mais "púdico" e tradicional da Igreja, a  TVI; e aos velhinhos canais RTP.

Genérico de Abertura:


Portanto apesar de não ser grande apreciador de desportos radicais em terra, no mar e no ar, era espectador ocasional, talvez enquanto esperava por outro programa do canal começar, e também não me importava de ver as apresentadoras: Rita Mendes ("O Templo dos Jogos", "Curto Circuito") que o IMDB indica como tendo ocupado o cargo entre 2001 e 2002. Tinha impressão que ela tinha começado mais cedo, mas o IMDB é que sabe... Durante boa parte das emissões que me recordo a apresentadora principal foi a Raquel Prates ("Dá-lhe Gás"), e as reportagens eram asseguradas (eh!) pela Rita Seguro ("Top+"). Esta última estreou-se logo no inicio do programa, junto à apresentadora Maria Borges (que segundo o "Perdidos e Achados" permaneceu 3 anos nesse cargo).

Alguns excertos de 1996, incluindo o "Portugal Radical Diário":

A SIC fez uma emissão do "Perdidos e Achados" dedicada aos 22 anos da estreia do canal, e dizia no site o seguinte sobre o "Portugal Radical":
"Um programa inovador, pioneiro na divulgação de desportos radicais com uma linguagem irreverente e ousada. O programa conseguiu mudar a imagem que a sociedade portuguesa tinha dos surfistas, skaters e outros desportistas. Pela primeira vez, o surf aparecia em grande destaque na televisão, bem como o bodyboard, skate, bmx e muitos outros desportos."
Mais detalhes aqui.
Actualização: O dito programa "Perdidos e Achados" na íntegra:



No "Perdidos e Achados", um dos autores do PR,  Henrique Balsemão, recordou as origens, ainda antes da SIC, na revista Surf Portugal, com a rubrica "Portugal Radical". Na altura sentiu a necessidade de um programa do género no panorama televisivo. Assim sendo - ainda na RTP - foi apresentada uma maquete que "foi aprovada e começou a passar no Caderno Diário, que era um Telejornal para jovens, e depois mais tarde apareceu a SIC, nós apresentámos uma maquete,(..), que foi bem aceite, já estava com uns efeitos melhores, já tinhamos rodado prai uns seis meses também na estrada e nos campeonatos e já tinhamos uns arquivos melhores, e decidiram por na grelha de arranque da emissão, que foi em 92".

O sucesso do programa deu origem ao obrigatório merchandising, como CDs de música, revistas e até caderneta de cromos.

A caderneta de cromos, com 216 cromos autocolantes "super radicais". É possivel encontrar na Internet imagens da caderneta publicadas pelo cameraman do programa, Paulo Soccol: "Eu fui Cromo no álbum do PR". e claro em sites de venda online.

A capa da caderneta:
Fonte:"Eu fui Cromo no álbum do PR".

No recheio da caderneta, imagens seleccionadas das 23 modalidades apresentadas ao longo das emissões: surf, bodyboard, windsurf, skimming, hovercraft, jet ski, ski aquático, canoagem, cannyoning, hidrospeed, snowboard, skate, BMX, BTT Mountain Bike, Bike Trial, Patins, carrinhos de rolamentos, escalada, bunjee jump, pêndulo, queda livre, asa delta e parapente.


O verso de um dos cromos autocolantes:



Para promover a colecção de cromos, foram lançados alguns calendários alusivos. Estes fazem parte da minha colecção pessoal:
"Bué Radical!..." - Enciclopédia de Cromos - Calendário 1995.
"Este pessoal é muita louco!..."

Capa do CD:
As músicas ideais para acompanhar as manobras radicais, temas de grupos como os Oasis, The Cult, Radiohead, Smashing Pumpkins, Body Count, etc. Mais informação: "Discogs - Portugal Radical".

Outro CD musical, mais recente, do ano 2000:

 Esta compilação inclui nomes como Muse, Fu Manchu, Goo Goo Dolls, Fastball e Suicide Machines.


Algumas das revistas: 

Portugal Radical Nº 1 - Março 1996

Portugal Radical Nº 3 - Maio 1996
O Lusitania TV tem também online uma emissão completa, de 29 de Dezembro de 1996:
Portugal Radical 29/12/1996 - Parte 1 e Parte 2. Uma página de fãs no Facebook refere que o "Portugal Radical" foi vencedor de dois prémios Nova Gente para melhor programa infanto-juvenil do ano.

Como outros programas do inicio da SIC não me recordo bem quando o vi pela primeira vez, visto que ainda deve ter demorado uns meses a chegar o sinal do canal à minha zona; e creio que aqui em casa houve um pouco de resistência a adoptar os canais novos.
Confesso que tinha inveja do pessoal que pratica asa delta. Se eu não sofresse de vertigens....quem sabe? Podia ser campeão da modalidade!

Até ao próximo cromo, ou como diriam as meninas no fim da emissão "até lá, muach!".

(1) - Durante a pesquisa, encontrei várias contradições das datas de estreia, por isso primeiro optei pela mais consensual, 1996, como está no IMDB.
No entanto, os cromos têm copyright de 1994, os calendários indicam 1995,  e sites da própria SIC apontam para 1992.  Vários dos nossos caros leitores também recordam vêr o programa no inicio do canal. Até ao momento não consegui confirmar nenhuma a 100%, mas vou continuar a investigar. E depois do visionamento do "Perdidos e Achados" dedicado ao PR, não restam dúvidas que o "Portugal Radical" arrancou em 1992.


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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

TransBot (1986)


Ok, robots que se transformam? Não podia resistir a publicar esta sugestão do leitor Tomás Simões, "TransBot".
Creio que nunca joguei, mas  a ilustração da capa (abaixo) não me é estranha, talvez o tenha visto nalgum catálogo de consolas...  Obviamente inspirado pela franquia do meu coração - Transformers - este jogo tenta capitalizar no sucesso global da série animada e das action figures. 

No entanto, não convem esquecer que antes do sucesso dos Transformers, no Japão já existiam vários exemplos de robots que se transformam. No pais do Sol Nascente, o jogo "TransBot" foi intitulado "Astro Flash" ( e publicado em 1985).
Foto: Retro Video Gaming
Gosto bastante da ilustração do jogo japonês, na sua versão em cartão (acima). O jogo em si é um shoot'em up de scroll lateral (Gradius, R-Type, etc). Basicamente, consiste em destruir naves inimigas que surgem no lado do ecrã.

A versão portuguesa do jogo para a consola Master System:

A caixa nacional tem uma boa sinopse da história e objectivos a alcançar:
"Tu estavas num abrigo subterrâneo quando a guerra nuclear começou, no ano solar de 2XXX, e por isso sobreviveste!
Agora, tu e os outros sobreviventes sonham em reconstruir a Terra, mas o pesadelo ainda não acabou...

Um terrível monstro, produto da antiga sociedade tecnológica, está a criar um império com uma ambição: dominar o planeta! Este ditador é, nada mais, nada menos, que um computador com inteligência artificial chamada Daluas.

Mas nem tudo está perdido. Acabou de ser desenvolvida a CA-214, uma arma muito poderosa e o único meio de enfrentar Daluas. Porém, só há uma pessoa capaz de a usar: Tu! O que esperas? A terra precisa de ser salva, custe o que custar!"

Capa e texto portugueses estão no site SMS Power, onde podem ver as capas de outras versões do jogo: Transbot/Astro Flash - também conhecido como Nuclear Creature: "SMS Power - Scans".

Um vídeo com o decorrer do jogo. É possivel encontrar outros no Youtube:




 E parece que os Transformers não foi a única franquia que forneceu "inspiração":
Não é um AT-ST da Guerra das Estrelas?

E cá está a nave transformada em robot:


Podem jogar online no site Game Oldies: "TransBot - Sega Master System". Obrigado novamente ao Tomás Simões pelo link!


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terça-feira, 14 de outubro de 2014

O Templo dos Jogos (1995-2002)

por Paulo Neto

Nos anos 90, os históricos ZX Spectrum e Commodore Amiga cediam o seu lugar às consolas de videojogos, primeiramente com a dupla rival Sega/Nintendo. E para muitos nós, essas consolas e os respectivos jogos passavam a ser o presente mais desejado a cada Natal e aniversário, se bem que havia o inconveniente de a cada par de anos surgir uma consola com o dobro de bits e melhores jogos que depressa tornavam as outras obsoletas. Por isso, várias consolas de jogos foram objecto da nossa cobiça: Sega Megadrive, Master System, Super Nintendo, Sony Playstation, Sega Saturn, Nintendo 64 sem esquecer os portáteis Game Boy e Game Gear.


Pelos mesmos motivos, a partir de 1995 por entre a programação infanto-juvenil da SIC dos anos 90, havia um programa absolutamente imperdível sobre a temática dos videojogos. Esse programa era evidentemente "O Templo dos Jogos" e para o mais aficionados, era mesmo um templo de veneração.
A cada semana, eram apresentadas as críticas aos mais recentes jogos, as novidades que estavam para chegar e dicas para "aldrabar" nos jogos (tipo "carrega em quadrado-cruz-triângulo-quadrado no comando da Playstation e vais directo para o último nível deste jogo" ou algo assim). A apresentação estava a cargo de David Bernardo e do futuro pivot de informação da TVI João Maia Abreu, além de uma anfitriã feminina, posição que foi ocupada por várias beldades. Aquela que ficou mais associada ao programa foi Rita Mendes, mas por lá passaram outras meninas como Cristina Mohler, Filomena Nascimento, Carla Pinto e Catarina Pereira (não a cantora, mas uma moça que na altura também apresentava o concurso "Dá-lhe Gás" com Jorge Gabriel). 

Rita Mendes e João Maia Abreu

David Bernardo

Carla Pinto
Cristina Mohler

Além de toda a temática do programa e o à-vontade dos apresentadores, o programa pautava-se pelos textos divertidos e cheios de hipérboles ("existem jogos que mereciam ser amarrados à proa do Titanic, afundarem-se nas profundezas do oceano e nunca mais verem a luz do dia")  escritos por Luís Barros e Francisco Salgueiro (que hoje em dia é um conhecido romancista). Um dos pontos altos foi a primeira vez que se atribuiu a pontuação máxima de 100% ao "Mario 64", para a então recém-chegada Nintendo 64. Segundo as minhas pesquisas, o outro jogo com nota máxima foi "Doom 3".
Na altura surgiram outros programas também dedicados aos videojogos, por exemplo a RTP teve o "Cybermaster" onde concorrentes jogavam jogos para derrotar a entidade maligna que dava nome ao título interpretada pelo actor João D'Ávila e "Último Nível" daquele espaço de tempo em que Pedro Miguel Ramos usava cabelo azul, mas o "Templo" foi sempre o líder incontestado. Depois de ter saído do ar em 1999, chegou a ter uma breve ressurreição nos primórdios da SIC Radical em 2001. Apesar da proliferação da internet, que permitiu o acesso mais rápido a todo o tipo de informações sobre este tema, creio que ainda hoje um programa ao estilo de "O Templo dos Jogos" seria bem acolhido.

Cátia Carriço foi uma das apresentadoras
quando o programa transitou para a SIC Radical

Para terminar, nada como citar Rita Mendes no final de cada programa: "Fiquem bem e joguem muito!"

Alguns programas:


















  

     
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