quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Pulgas Na Cama e Traga-Bolas

por Paulo Neto

No ano passado, eu falei num dos jogos mais míticos de quem cresceu nos anos 80 e 90, o "Quem é Quem?". Mas nesse período, havia dois jogos igualmente míticos (e também ambos da MB) que todos nós secretamente esperávamos receber a cada Natal pois não só a dinâmica desses jogos era por si só extremamente apelativa, como cada um deles vinha acompanhado de um anúncio publicitário de antologia que era exibido ad infinitum na televisão a cada quadra natalícia, sobretudo nos intervalos dos espaços infantis da RTP ao fim de semana. Mas ao contrário do "Quem é Quem", do qual acabei por adquirir a versão miniatura e que cheguei a jogar a versão original com amigos, não só eu nunca tive nenhum destes jogos como eu nunca joguei.

O primeiro a ser avistado nas montras das lojas e o seu anúncio na televisão (creio que em 1987) fazia do que na vida real seria uma situação nada agradável em algo completamente frenético e hilariante. O seu nome: "Pulgas Na Cama"!









Aposto que descobriram que ainda sabiam de cor a ladainha do anúncio declamada efusivamente pelo actor Canto e Castro: "Vem a pulga, morde a pulga, não há cama para ninguém! Salta a pulga, foge a pulga, anda caçá-la também!" e que ainda têm bem presente certas imagens do anúncio como a do senhor aflito com tanta pulga na sua cama que até a levam para fora do quarto e a dos miúdos do anúncio a fazerem caretas sempre que apanhavam uma pulga.

De nome original "Bed Buggs", o jogo consistia em apanhar com pinças uma quantidade de pulgas coloridas em cima de um aparelho com a forma de uma cama que emitia vibrações que faziam mexer as pulgas. Segundo a narração do anúncio, cada jogador só podia apanhar as pulgas de uma determinada cor previamente combinada. Apesar da premissa algo estapafúrdia, sem dúvida que "Pulgas na Cama" parecia ser um jogo bastante animado e apetecível para gente de várias idades. Consigo imaginar uma família a jogar a este jogo num serão e rapidamente a competição tornar-se desenfreada entre pais e filhos de pinça na mão.

Eu estou em crer que o outro jogo surgiu em Portugal no ano seguinte àquele em que apareceu o "Pulgas Na Cama" (fosse lá ele qual fosse). O seu nome original é "Hungry Hungry Hippos" mas cá no burgo é conhecido como "Traga-Bolas"!


E cantemos agora todos:

Traga, traga-bolas, hipopótamos comilões
Tens vontade de jogar as bolas
Vais agarrar e papar com o hipopótamo!
Traga. traga-bolas...



Além do jingle, no anúncio há ainda para recordar a mini-animação e o slogan "o jogo onde ganha quem mais bolas papa". Tal como o "Pulgas na Cama", era um jogo com uma premissa chanfrada mas que oferecia muita acção e emoção. Cada jogar manipulava uma alavanca que fazia uma cabeça de hipopótamo colorida abrir para "comer" as diversas bolinhas brancas. Também "Traga-Bolas" prometia muita diversão e competição desenfreada entre os membros da família, cada um na ânsia que fosse o seu hipopótamos aquele mais deglutia mais bolas brancas.

E já agora, recordo-me também deste jogo, não tão conhecido como o "Traga-Bolas" ou o "Pulgas Na Cama", mas que lembro de também ter desejado como prenda no Natal de 1991. Nunca soube ao certo como é que se jogava ao "Pop Ball" mas parecia ser tão colorido e dinâmico como os outros e tinha também um anúncio de encher o olho, e isso eram motivos suficientes para atiçar a minha cobiça.



    

     


 

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2 comentários:

  1. Jogar ao traga-bolas era uma violência! Dávamos murros àquilo sempre arar como se não houvesse amanhã, só para comer mais bolas...

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