quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A morte da Princesa Diana (1997)



Há alguns meses o Paulo Neto falou do acidente que em 31 de Agosto de 1997 vitimou a Princesa Diana como o "acontecimento desse ano que mais abalou o mundo". E sou obrigado a concordar.
Recuando ao ano de 1981, o casamento do Príncipe Carlos e Diana Spencer trouxe um pouco do mundo dos contos de fadas para o mundo real, uma cerimónia transmitida a cores por satélite para cerca de 1000 milhões de espectadores [vídeo], numa década escura com a ameaça da guerra fria. Mas o conto de fadas da bela jovem que casou com o príncipe durou pouco. Apesar de nos primeiros anos publicamente tudo parecer bem, os boatos de complicações e traições encontraram o caminho das páginas dos tablóides. E em 1992 o casal separou-se oficialmente.
Como o acidente foi num Domingo eu soube provavelmente pela rádio, na ilha onde a família estava durante as férias grandes. 
Na época fez-me muita impressão e pena tudo a que os filhos da ex-princesa foram sujeitos no meio do circo mediático.


Era muito novo para recordar o casamento mas ao longo dos anos vi certamente as imagens, mas imagino que a minha primeira lembrança a sério de Diana seja não dos sucessivos casos e escândalos (relatados desde finais dos anos 80 pela imprensa sensacionalista no Reino Unido e que eram ecoados na imprensa nacional, principalmente nas publicações "cor de rosa" que as senhoras da família compravam, e compram) mas pelo fascínio que a carinhosamente apelidada Lady Di exercia no "povo", das cerimónias onde fazia presença, a sua figura sempre elegante, no seus envolvimento com causas humanitárias e o seu activismo contra os flagelos da SIDA, das minas terrestres, etc.


Depois do casamento mais famoso do século - que deu frutos na forma dos Príncipes Harry e William - veio o divórcio mais famoso. Mas, ao contrário do que seria de esperar, toda a atenção e especulação em torno de Diana, ainda Princesa de Gales, não diminuiu depois do divórcio consumado, continuando a alimentar uma indústria que vive de boatos, escândalos, supostos amantes antes e depois do casamento. E nem na morte as teorias da conspiração pararam. Lembro-me bem das horas de transmissões em directo na televisão com os destroços do carro onde seguia Diana.


Além da Princesa também faleceram no desastre o seu namorado Dodi Al-Fayed (o  empresário egípcio herdeiro dos famosos Harrods) e o condutor Henri Paul (que estaria ao volante sob efeito de álcool e anti-depressivos). O único sobrevivente foi o guarda-costas de Fayed, Trevor Rees-Jones que apesar do cinto de segurança lhe ter salvo a vida, não impediu graves ferimentos na cabeça.


Oficialmente, além da negligência do condutor também foram indicados como causa do acidente os sete papparazis que perseguiam de moto o carro até ao mesmo embater brutalmente num dos pilares de suporte do túnel da Ponte de L'Alma, em Paris. Até hoje, a classe dos papparazis nunca mais foram vistos do que como abutres capazes de tudo para uma foto.


Reportagens da SIC e TVI:






Mas o mau gosto e exploração da morte não se limitou à imprensa tablóide e à mainstream, como comprova esta reportagem sobre o aproveitamento do acidente numa campanha do representante da Volvo em Macau:





Outra forma que o desaparecimento da Princesa do Povo marcou o globo foi o monumental êxito da versão de "Candle in the Wind" que o amigo de Diana, Elton John cantou no funeral, em 6 de Setembro de 1997. A canção foi retocada a partir do tema que homenageava Marilyn Monroe.
"Candle in the Wind 1997":



Ao vivo nas cerimónias fúnebres:


E duas décadas passadas da morte de Diana, a sua vida ainda continua a vender livros, jornais e revistas, como prova mais um dos artigos recuperados recentemente, neste caso de promoção a uma biografia lançada em 2007, apostado em desmontar a imagem de ingénua e vítima da Princesa. Sábado - "O lado mais negro da princesa Diana".

A foto no topo do artigo foi gentilmente cedida por Bruno Duarte, do Grand Temple e Cine31.



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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Disney Especialíssimo (1991)


Com o mesmo número de páginas do "Show Disney", o "Disney Especialíssimo" saia em meses intercalados com o mesmo "Show Disney", pela módica quantia de 700$00. Gosto do slogan "É de partir o côco a rir!".

Imagem Digitalizada da revista "Edição Extra" Nº 23 (24/09/1991) e Editada por Enciclopédia de Cromos.

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terça-feira, 29 de agosto de 2017

O 5º Elemento (1997)


"O 5º Elemento" (ou "O Quinto Elemento". "Le Cinquiéme Element", "The Fifht Element"), filme francês mas falado em inglês e com estrelas internacionais estreou no pais natal em Maio de 1997 e em Portugal a 29 de Agosto de 1997.
O Trailer:


Este filme de ficção cientifica de finais dos anos 90 é dos meus favoritos do género. Realizado por Luc Besson, é um assumido pastiche de inúmeras obras (que Besson começou a construir em 1975, quando ainda era adolescente) mas com um cunho visual próprio, marcado muito pelos estilos de Jean Giraud (Moebius) e Jean Claude Mezieres (um dos criadores de "Valerian", adaptado ao cinema em 2017 por Luc Besson) e o guarda roupa de famoso estilista de alta-costura Jean Paul Gaultier.

Creio que foi uns meses antes de ir ao cinema assistir a "O 5º Elemento" vi numa cassete VHS que comprei numa feira de velharias o primeiro sucesso de Besson, "Vertigem Azul" (1988) antes dos mais conhecidos "Nikita - Dura de Matar" (1990) e "Leon: O Profissional" (1994).

O século XXIII, onde a maioria do filme decorre, é tecnológico e sujo, mas apesar de toda a poluição abunda a cor e diversidade, e o argumento não tem medo de recorrer ao humor. A sinopse é simples, no futuro surge no espaço um antigo Mal percorre o sistema solar rumo ao planeta Terra. Os Mondoshawans, os bizarros guardiões dos cinco elementos essenciais para derrotar essa monstruosidade são atacados pelos guerreiros Mangalores e mais tarde a única sobrevivente é reconstruída por cientistas terráqueos.


Desorientada, a poderosa Leeloo (Milla Jovovich, "Regresso à Lagoa Azul") foge das instalações em Nova Iorque onde renasceu e envergando pouco mais que umas ligaduras brancas salta de um arranha-céus para o táxi aéreo de Korben Dallas (Bruce Willis, "Assalto ao Arranha Céus", "Modelo e Detective"). 

Depois da confusão inicial Korben conduz LeeLoo a Cornelius (Ian Holm, "Alien, O Oitavo Passageiro") o padre que é o contacto dos Mondoshawans na Terra.


Leeloo revela que ela é o quinto elemento e que as pedras contendo os outros elementos estão a bordo de um luxuoso cruzeiro espacial. Korben é instruído pelo seu antigo superior militar para viajar disfarçado e recuperar as pedras. 

Claro que o plano não corre bem e vai ser uma corrida contra o tempo e as forças do pérfido (e divertido) Jean-Baptiste Emanuel Zorg (Gary Oldman, "Dracula", "Perdidos no Espaço") e dos Mangalores, para impedir que o Mal triunfe. 

Outra das referências - ou coincidências - é que tal como no desenho animado "Capitão Planeta" (1990-96) aos quatro elementos tradicionais junta-se outro, no Capitão Planeta o "Coração" e no "Quinto Elemento" o "Amor".
Durante um segundo ainda esperei ver sair da união dos cinco elementos o próprio Capitão Planeta....


E claro, o Jar-Jar Binks do filme, o irritante animador Ruby Rhod (um ainda desconhecido Chris Tucker). Pronto, ao principio estranha-se, mas depois entranha-se. Salvo seja.


Resumindo, um fita bem divertida, muito imaginativa, com cenários e designs invulgares, excitantes cenas de acção, actores super-carismáticos e à vontade com toda a loucura futurista, uma bela banda sonora a cargo de Eric Serra (colaborador habitual de Besson).



E aquela cena da ópera-espacial-alienígena, magnifica! Daqueles filmes que revejo sempre que passa na TV.

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Aneka "Japanese Boy" (1981) e Charlene "I've Never Been To Me" (1977)

por Paulo Neto

Hoje temos um cromo 2 em 1 em que vamos analisar o sucesso de duas cantoras que em comum terão talvez somente o facto de terem tido os seus quinze minutos de fama no início dos anos 80 com canções que foram n.º 1 do top britânico e de assinarem os respectivos temas com apenas um nome: Aneka e Charlene. A primeira era escocesa e obteve sucesso quando decidiu mudar o seu repertório e no processo trocando o tartan pelo quimono. A segunda é californiana e parecia destinada a ser uma no-hit-wonder quando uma feliz sucessão de eventos fez com que uma canção que gravara cinco anos antes escalasse os tops mundiais.



Mary Sandeman nasceu em Edimburgo 20 de Novembro de 1947. Começou nas lidas musicais ainda adolescente, cantando música tradicional escocesa, tendo mesmo ganho uma medalha de ouro no The Mód, o mais importante festival cultural da Escócia. Em 1979, editou um disco em seu nome próprio. Mas em 1981, quando lhe pediram para gravar um tema pop chamado "Japanese Boy", a sua editora ficou tão impressionada que soube que havia ali um hit. Como tal, Sandeman adoptou uma imagem oriental e o nome Aneka (que, segundo ela, descobriu numa lista telefónica) para promover o disco.
E tal como a editora previu, o tema em que Aneka lamentava a partida inesperada do seu amado japonês sem nenhuma razão aparente foi um sucesso instantâneo chegando ao n.º 1 do top não só do Reino Unido, mas também na Bélgica, Finlândia, Irlanda, Suécia e Suíça.
Apesar de existir um videoclip oficial bastante simplista, prefiro antes divulgar a actuação de Aneka no programa holandês TopPop, completa com turistas japoneses e lutadores de aikido.


Dado o sucesso de "Japanese Boy", a editora encomendou um álbum para Aneka ainda em 1981. O single seguinte "Little Lady" foi um flop no Reino Unido mas ainda obteve algum sucesso noutros países europeus. Para a promoção deste tema, Aneka fez algumas actuações vestida com as mesmas vestes orientais de "Japanese Boy" mas também vestida como uma dama do século XIX. Já o terceiro single "Ooh Shooby Doo Doo Lang" evocava a música dos anos 20 ao mesmo tempo que incluía uma referência a "Japanese Boy". 



Após mais um par de singles editados entre 1983 e 1984 que não foram a lado nenhum, Mary Sandeman deixou o alter-ego Aneka de lado e voltou ao seu verdadeiro nome e às suas origens da música tradicional escocesa. Actualmente, já retirada da cena musical, Sandeman vive na cidade escocesa de Stirling onde trabalha ocasionalmente como guia turística. 

Mary Sandeman/Aneka em 2011


"Japanese Boy" vendeu cinco milhões de cópias em todo o mundo, foi versionado por outros cantores em várias línguas. Em 2007 a girlband japonesa Shanadoo também fez uma cover, porém a julgar pelos comentários no YouTube, "Japanese Boy" está sobretudo nas memórias recentes devido à sua inclusão no jogo de vídeo "Grand Theft Auto - Vice City".
E o que é que os japoneses acham de "Japanese Boy"? Segundo Aneka/Mary Sandeman, foi-lhe dito que eles acharam a canção parecia "demasiado chinesa".  



Voamos agora da Escócia para a Califórnia, para falar sobre Charlene Marilynn D'Angelo, ou simplesmente Charlene, nascida a 1 de Junho de 1950 em Hollywood. Tendo assinado contracto com a Motown, Charlene manteve-se activa entre gravando demos para outros cantores e editando ocasionalmente alguns singles e um álbum em 1976, mas obtendo somente algum sucesso residual. Esse álbum também incluía a versão original de "I've Never Been To Me" que foi editada em single mas passou virtualmente despercebida. A Motown acabaria por dispensar Charlene em 1980 e ela mudou-se para Inglaterra onde casou-se pela segunda vez e dedicou-se à vida familiar.
Mas em 1982, o radialista Scott Shannon começou a tocar "I've Never Been To Me" no seu programa e a resposta dos ouvintes foi inesperadamente entusiasta. Talvez porque na altura, entre a ressaca dos dos anos 70 e os adventos da psicanálise e dos excessos capitalistas dos anos 80, o conto da prostituta de luxo que revela a uma dona-de-casa frustrada com a sua vida banal de que uma vida de glamour e luxo não lhe trouxe a felicidade que procurava acabou por soar mais pungente em 1982 do que aquele que obteve cinco anos antes. O videoclip da canção foi filmado em Norfolk, Inglaterra, com Charlene envergando o vestido que usou no seu segundo casamento. 





"I've Never Been To Me" foi reeditado em single, desta vez com a parte declamada ausente da edição original e tornou-se um sucesso internacional, chegando ao n.º 3 nos Estados Unidos e ao n.º 1 no Reino Unido, Canadá, Irlanda e Austrália. O sucesso fez com que fosse oferecido a Charlene um novo contracto com a Motown, mas à parte um dueto com Stevie Wonder, quer o seu novo material quer as reedições dos discos anteriores não obtiveram grande êxito. 
Entretanto "I've Never Been To Me" também foi gravado em várias línguas (do checo ao vietnamita) por vários artistas (a própria Charlene gravou uma versão em espanhol) e foi incluído em vários filmes e séries, nomeadamente na cena inicial de "Priscilla, A Rainha do Deserto"e em "Shrek 3".
Charlene, actualmente residindo de novo na sua Califórnia natal com a sua família, continua a compor e gravar música, disponibilizando o material ocasional no seu website. Gravou duas versões dançáveis de "I've Never Been To Me" em 2002 (com rap) e 2012.  

A cena de abertura do filme "Priscilla, A Rainha do Deserto":



Reportagem da TV holandesa sobre Charlene (2015):

Show Disney (1991)


Ainda maior que o Hiper Disney, Show Disney, com 384 páginas.

Imagem Digitalizada da revista "Edição Extra" Nº 23 (24/09/1991) e Editada por Enciclopédia de Cromos.

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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Hiper Disney (1991)



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domingo, 27 de agosto de 2017

Minicruzadas Disney (1991)



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sábado, 26 de agosto de 2017

Disney Aventura (1991)



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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Revistas Disney (1991)




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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Revistas do Pato Donald (1991)


 "Achas isto divertido? Não me faças rir... Tens de ler as Revistas do Pato Donald para saberes o que é mesmo divertido! Quack, Quack, Quack."

Imagem Digitalizada da revista "Edição Extra" Nº 23 (24/09/1991) e Editada por Enciclopédia de Cromos.

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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Petite 600



Mais um dos anúncios emblemáticos da "era croma" da publicidade televisiva: "Petite"  a máquina de escrever da Concentra, destinada aos mais jovens. Aliás, os espectadores portugueses ouviam a frase "da Concentra" em vários anúncios televisivos ao longo dos anos cromos, identificando a empresa portuguesa cinquentenária de fabrico e representação de marcas e produtos famosos lá fora, cá dentro, como por exemplo, os "Masters do Universo", "Sindy", "Subbuteo", "Barbie", "Transformers", etc. Para um jovem, ver o anúncio da "Petite" era mais um dos sinais que se aproximava o Natal, como os anúncios das "Bom-Bokas", "Fantasias de Natal" ou "O Barco Pirata da Playmobil". Mas este era mais que um brinquedo, preparava a juventude para um futuro emprego num escritório a teclar até à idade da reforma. Lúdico e educativo, pensariam os paizinhos. Cá por casa a máquina de escrever era antiga, e sem as teclas e mecanismos em plástico da "Petite" cada tecla quase que tinha que ser martelada com a força para fixar um prego a uma tábua, e se tivesse tido uma Petite de certeza que estaria melhor preparado para a disciplina que tive na C+S de "Práticas Administrativas" ou algo do género, onde lidei com máquinas electrónicas.
O reclame em si, cativava pela originalidade (mais sobre isso à frente) e pelo ritmo dos jovens a tocarem música em máquinas de escrever de brincar mas que escreviam a sério. Mas a graça do anúncio é que os pequenos artistas estavam vestidos a rigor como de orquestra se tratasse, com maestro de batuta e tudo. No anúncio que vimos em Portugal, os jovens vão martelando as teclas ao ritmo do maestro e do acompanhamento dos "instrumentos invisíveis" e mudando de linha com um sonoro "plim" antes de carregar na alavanca. No final apoteótico o único rapaz dos executantes acaba atrasado e é imediatamente fulminado pelos olhares do maestro e das coleguinhas.

Anúncio português ao  modelo "Petite 600":



Neste link podem ver a versão francesa de 1986, "Petite: Machine a ecrire". Curiosamente na França o rapazinho  não recebe o olhar reprovador do maestro e colegas. Este outro vídeo ainda exibe mais modelos no final.


Podia jurar que me recordava de no anúncio a máquina ser em azul, talvez algum modelo anterior ou posterior, ou uma variação.
"Petite 600" dos anos 70:

Este não foi o primeiro modelo, na Internet existem muitos, até à venda em lugares como o Ebay, mas pouca informação encontrei sobre os criadores ou fabricantes, excluindo o site "Typewriters" (em alemão) que se o Google traduziu bem, no artigo sobre as "Petite Typewriters" identifica a "Byron Jardine Limited" como a criadora e já nos anos 70 os novos proprietários como "Dobson Park Engineering". Pelo nome do produto, sempre assumi que "Petite" fosse uma invenção tão francesa como a Torre Eiffel.
A máquina azul que recordo provavelmente será esta edição dos anos 90 da "Petite 600":



Não consegui identificar se o tema pertence a alguma obra já existente ou se foi criado para o anúncio, mas tenho quase a certeza que já o ouvi algures. 
Nota: Tinha este artigo em rascunho desde Outubro de 2012, mas entretanto, por mero acaso descobri no mural de um amigo no Facebook que este reclame foi inspirado por uma cena clássica do filme "Um Namorado com Sorte" (1963) do génio da comédia Jerry Lewis. [Vídeo aqui.] Obrigado pela dica João Bastos
Depois foi fácil descobrir o nome da música: "The Typerwriter" de 1950, do compositor americano Leroy Anderson e que tinha a peculiaridade de ser tocada com a inclusão de uma máquina de escrever na orquestra!

Um reclame da edição "para escritório":



A "Petite 990" também incluía a criançada precocemente no mundo dos negócios:


Um anúncio francês de 1979 ao modelo "Petite Super International", ideal para dactilografar falsificações para faltar à escola. Seria esta Martine a Anita original? ("Anita falta à escola").


Outro da mesma época: "La Petite : machine à écrire enfant". E lá nos finais de 80, os modelos de máquina de escrever electrónica. [vídeo] e que falava [vídeo].

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terça-feira, 8 de agosto de 2017

Masters do Universo (1987)




As primeiras figuras de acção que apresentaram He-Man e os Mestres do Universo ao Mundo (e que têm uma conturbada história de origem, que ainda hoje não é totalmente clara) chegaram ás prateleiras das lojas de brinquedos em 1982, incluindo o fenomenal play set do Castelo de Grayskull. A primeira série animada , "He-Man and The Masters Of The Universe" esteve no ar entre 1983 e 1985, enquanto novas figuras continuavam a chegar ao mercado, mas o filme só chegou ás salas de cinema já numa fase descendente de popularidade.
Um belíssimo poster ilustrado pelo mestre Earl Norem.

Nos Estados Unidos a estreia foi no dia 7 de Agosto de 1987, e só chegou a Portugal quase um ano mais tarde, em 1 de Julho de 1988 ( depois da mostra no Fantasporto em Fevereiro de 1988), classificado para "Maiores de 6 anos" (segundo o IMDB e o Diário de Lisboa) e com um dos nomes porque a saga era conhecida entre nós: "Masters do Universo". Podiam ter escolhido Mestres do Universo (como no Brasil), Donos do Universo... ou como decerto a petizada dizia, o "filme do He-Man".

"Diário de Lisboa" [01-07-1988]
Sendo o "filho mais novo" de uma propriedade super-popular parida no Império Americano, a crítica do Diário de Lisboa só poderia ser negativa. "Os "heróis" de "Masters of Universe" continuam imbativelmente maus, sob todos os aspectos..." dizia-se na secção das Estreias da Semana:
"Diário de Lisboa" [01-07-1988]

E quando vi o filme, já no inicio do século XX (num aluguer de uma gasta fita VHS no extinto videoclube do Centro Comercial Al Hain),  a minha opinião também foi muito negativa. Além da expectativa de que o He-Man merecia um filme mais épico com valores de produção a condizer, na época senti logo como batotice desviar a acção da fita para o Planeta Terra e os seus vulgares subúrbios norte-americanos em vez dos cenários mate-paintings extraterrestres de Eternia...só isso e alguns personagens que não conhecia dos desenhos animados arrefeceram-me logo os ânimos.

Mas espero que num próximo visionamento, poder apreciar melhor o que foi feito nas condições possíveis. A Cannon teria esperanças de criar um novo filão à la Star Wars para ordenhar, mas o fraco box office depressa desfez essa ideia. Nos EUA nem conseguiu cobrir os custos de produção, que se estimam em 22 milhões de dólares (mais ou menos o mesmo que outros filmes de 1987 como "A Mais Louca Odisseia No Espaço" ou "O Micro-Herói"). A banda sonora esteve a cargo de Bill Conti ("Rocky", "Karate Kid") e a realização de Gary Goddard.

Sinopse:
No planeta Eternia, o vilão com cara de caveira Skeletor (Frank Langella) concretizou o seu objectivo de conquistar o Castelo de Grayskull e planeia usar os seus segredos para aumentar o seu poder. Quando o que sobra dos defensores de Grayskull se reunem para contra-atacar, o hiper-musculado herói He-Man (Dolph Lundgren,"Rocky IV", "The Punisher (Fúria Silenciosa)"), Man-At-Arms (John Cypher) e Teela (Chelsea Field) usam um aparelho de teleporte criado por Gwildor (Billy Barty) para entrar à socapa no Castelo e resgatar a Feiticeira. A operação corre mal e ao fugirem pelo portal criado pela invenção de Gwildor os heróis ficam retidos no planeta Terra, nos Estados Unidos, obviamente, onde os cenários são mais baratos. A engenhoca é perdida à chegada e recuperada por dois teenagers Julie (uma jovem e bela Courteney Cox, no seu segundo papel no cinema e na época na TV era a namorada de Michael J. Fox em "Quem Sai aos Seus" ) e Kevin (Robert Duncan McNeill, "Star Trek: Voyager"). A segunda em comando de Skeletor, Evil-Lyn (Meg Foster) detecta o sinal do aparelho e envia para a terra os capangas Beast Man, Saurod, Blade e Karg. Os heróis têm que auxiliar os jovens terráqueos e conseguir voltar a Eternia para impedir Skeletor de aumentar o seu poder.  

O Trailer:


A crítica redutora de Rodrigues da Silva:
"Diário de Lisboa" [08-07-1988]
Nota ainda para a crítica de Jorge Leitão Ramos, que além dos parágrafos sobre o filme e a sua curiosa origem (geralmente os filmes inspiram os bonecos e não o contrário. Outro exemplo semelhante é o "Transformers: The Movie" do ano anterior, mas em animação), dedica algumas linhas à situação das salas portuguesas e a "periclitante situação financeira" da produtora deste filme, a mítica Cannon, responsável por um universo de filmes de baixo e médio orçamento e que fechou portas 1994).


"Diário de Lisboa" [08-07-1988]
Quem sabe o que poderia ter sido se produzido por um grande estúdio?

Um video sobre a atribulada produção de "Masters Of The Universe", excerto do documentário "Toy Masters":



Imagens do filme retiradas do site He-Man.Org.

Recordem também alguma publicidade nacional ao "Castelo de Grayskull - Enciclopédia de Cromos", fotos do Castelo (aqui), a série animada e o resto da franquia: "He-Man e os Mestres do Universo". E o artigo sobre os "Calendários das Pastilhas Elásticas Dutlim: He-Man e os Masters do Universo". 

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sábado, 5 de agosto de 2017

Castelo de Grayskull (1982)

Finalmente, depois de décadas de espera, "By the Power of Grayskull... I have the Power!"
A minha modesta colecção de Masters do Universo sofreu em 2011 um upgrade brutal! O Castelo de Grayskull ("Grayskull Castle", ou Castelo do He-Man para a petizada portuguesa), um dos brinquedos mais desejados por quem era criança nos anos 80! (Para mim, ainda mais desejado que o Barco Pirata da Playmobil) E décadas depois,tenho em minha posse a fortaleza de He-Man e os seus aliados que defendem Eternia das forças do malvado Skeletor!
Chega de conversa, ai ficam as fotos, podem clicar para as ampliar. As fotos têm o logo do meu blog de colecções, o "Cine31 Collector's Edition". Se o texto abaixo tem muito pontos de exclamação é apenas reflexo do meu entusiasmo com a recente aquisição.


A frente do Castelo, com a icónica caveira.

Vista lateral.

As traseiras da fortaleza.

O interior.

As forças de Skeletor invadiram!

Roboto vigia o horizonte!

O interior quase completo!
Um exemplar completo, visto na Net!

O trono.

Armadilha! O trono acciona um alçapão!

A parte de baixo do alçapão.



O elevador ainda funciona!

O portão está aberto!



Embalagem de Castle Grayskull.
Reclame televisivo ao Castelo de Grayskull:

Recordem também alguma publicidade nacional ao "Castelo de Grayskull - Enciclopédia de Cromos", a série animada e o resto da franquia: "He-Man e os Mestres do Universo". E o artigo sobre os "Calendários das Pastilhas Elásticas Dutlim: He-Man e os Masters do Universo". 
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